Política
Pressão das bigtechs fez com que PL das Fake News fosse esquecido no Congresso
Deputados relatam que sofreram ameaças para mudar sua posição, o que levou o projeto a perder o caráter de urgente e acabar sendo esquecido
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Google e Meta coordenaram um mutirão para derrubar o Projeto de Lei das Fake News. Dentre as principais ações, as empresas, responsáveis por plataformas como Facebook, WhatsApp e Instagram, ameaçaram retirar conteúdos dos deputados que se posicionassem de modo favorável à proposta.
Segundo levantamento do jornal Estado de S. Paulo, ao menos 33 deputados mudaram seu voto entre a aprovação do requerimento de urgência (que acelera a votação da matéria), aprovado no último dia 19 de abril, e a retirada de pauta.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), pautou a matéria em 2 de maio, no entanto, com a argumentação de que o governo não tinha se estruturado para conseguir votos suficientes para essa análise, o assunto que era considerado urgente, foi esquecido.
Deputados admitiram que a mudança de lado se deu após pressão das bigtechs. Dentre eles, está José Nelton (PP). “Eu era favorável a discutir o PL e, com o bombardeio que eu recebi, eu mudei de posição”, disse o parlamentar. Na publicação, que anunciou a nova posição ao projeto, havia uma enxurrada de comentários comemorando a mudança de Nelton.
As atitudes do Google viraram alvo de ação da Polícia Federal. Em depoimento, Marcelo Oliveira Lacerda, diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas, admitiu que a plataforma gastou R$ 2 milhões na campanha de oposição. No período, o Google incluiu a tarja “O PL das fake news pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil” embaixo do buscador.
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