Política
Demissão de Daniela Carneiro pode dificultar trânsito de Lula na base carioca bolsonarista
A ministra do Turismo sofre pressão do seu próprio partido para trocá-la por Celso Sabino, mas governo entende que ela pode ajudar o presidente a penetrar na ala de oposição do Rio de Janeiro
Foto: Divulgação/Ministério do Turismo
A possível demissão da ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União), deve dificultar a relação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o público evangélico e bolsonarista do Rio de Janeiro. O União Brasil pressiona para substituí-la pelo correligionário Celso Sabino, de modo a ampliar a base do governo no Congresso.
"O Ministério do Turismo é muito representativo para o Rio de Janeiro. O enfraquecimento dessa aliança não vai ser culpa nossa. É um estado bolsonarista, com um governador bolsonarista, com um número de evangélicos imenso. E a gente acaba ficando sem instrumentos", disse Waguinho, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo nesta segunda (12). Ele é prefeito de Belford Roxo, mas diz que não deixará de apoiar Lula, caso demita Carneiro, que também é sua mulher.
Contudo, o Waguinho admite que, com isso, ficaria mais livre para firmar novas alianças, o que poderia fortalecer a base bolsonarista na Baixada Fluminense. No ano passado, o ex-presidente obteve 60,2% dos votos no município. O prefeito e a aliança com a ministra poderiam servir de caminho para furar esse predomínio da extrema direita na região.
Carneiro foi o último nome ministerial a ser escolhido, e venceu aliados da própria base do PT pelo entendimento de que a carioca abriria uma dupla porta: com a baixada fluminense e com a ala do União Brasil no Congresso. Esses foram os motivos que a mantiveram no cargo quando ministra teve fotos e vídeos divulgados mostrando a ligação dela com grupos milicianos.
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