Política
“Não contratem mais aquela gente lá de cima”, diz vereador do RS sobre caso de trabalhadores baianos vítimas de trabalho escravo em vinícolas
Vereador Sandro Fantinel questionou acusação de trabalho análogo à escravidão
Foto: Bianca Prezzi / Câmara Caxias / Divulgação
Durante sessão realizada nesta terça-feira (28) na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul (RS), o vereador Sandro Fantinel (Patriota) falou da condição em que foram encontrados os 207 trabalhadores em vinícolas da Serra Gaúcha, questionando o caráter análogo à escravidão do caso.
Na declaração, o vereador culpa os empregados pelas condições em que foram encontrados . "Um agricultor me ligou e pediu para eu ver um alojamento onde ficam os trabalhadores temporários e não dava para entrar do fedor de urina, da imundície que eles deixaram em uma semana. E a culpa é de quem? O patrão vai ter que pagar o empregado para fazer limpeza para os bonitos? Temos que botar eles em um hotel cinco estrelas para não termos problema com o Ministério do Trabalho?", questionou.
O vereador ainda profere ofensas diretas aos trabalhadores baianos. "Não contratem mais aquela gente lá de cima. Contratem argentinos”, diz Fantinel, dirigindo-se às empresas agrícolas e aos agricultores do Rio Grande do Sul. “São limpos, trabalhadores, corretos e quando vão embora ainda agradecem pelo trabalho. Nunca tivemos problema com um grupo de argentinos. Agora, com os baianos, que a única cultura que eles tem é viver na praia tocando tambor, era normal que se fosse ter esse tipo de problema. E que isso sirva de lição. Que vocês deixem de lado esse povo que está acostumado com Carnaval e festa", continua.
Por fim, Fatinel questiona a condição de escravidão que foi denunciada, mencionando que alguns dos trabalhadores que estavam no local não queriam deixar o lugar. "Se estava tão ruim a escravidão, porque eles não quiseram deixar a empresa? Vamos abrir o olho quando eles falam em 'trabalho análogo a escravidão'", finaliza.
Dos 207 trabalhadores resgatados, 198 são baianos. Desse número, 194 retornaram e quatro preferiram ficar no Rio Grande do Sul.
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