Timbalada lidera ranking de cachês mais caros do 'Carnaval Pipoca' da prefeitura

Até o momento, a Timbalada lidera a lista de maiores cachês que serão pagos pela prefeitura da capital por apresentações artísticas no período carnavalesco deste ano. É o que aponta uma busca realizada pela coluna sobre os contratos já  publicados no Diário Oficial do Município, todos a cargo da Saltur, empresa originalmente criada para tocar os projetos voltados ao desenvolvimento do turismo na cidade, mas que atua hoje de modo quase exclusivo na organização do Carnaval. A banda liderada pelos cantores Denny Dennan e Buja Ferreira vai receber R$ 380 mil por cada um dos dois shows que fará para o folião pipoca, previstos para os dias 27 de fevereiro e 1º de março. 

Medalha de prata
Na segunda colocação, aparece a banda Jammil e Uma Noites, grupo fundado em 1994 pelo cantor Tuca Fernandes, o baixista e compositor Manno Góes e o guitarrista Beto Spínola, mas que hoje tem como vocalista o baiano Rafael Barreto, vencedor da terceira edição do reality show Ídolos, exibido pela TV Globo em 2008. Segundo resumo do contrato firmado com inexigibilidade de licitação, a banda receberá R$ 180 mil por uma apresentação no Carnaval da Boca do Rio, em 4 de março.

É Penta!!!
A terceira posição é ocupada pelos pagodeiros da Guig Ghetto, que tem à frente o cantor Falcão. No caso, com duas somas diferentes: R$ 135 mil e R$ 120 mil. O contrato com a Saltur prevê seis apresentações da Guig Ghetto na folia da capital. Pelo pacote completo, receberá R$ 765 mil, até então o maior valor global entre todas as atrações da pipoca sob o guarda-chuva da prefeitura. Após entrar no cast da Pentaeventos, produtora bastante ligada ao ex-prefeito ACM Neto (União Brasil), o cachê da banda disparou. Em 2024, a Guig recebeu R$ 460 mil por cinco apresentações, média de R$ 92 mil por cada show.

Vaga no G5
Logo abaixo, em quarto, vem o cantor e compositor Davi Moraes, filho de Moraes Moreira, que fará três shows, cada um deles por R$ 130 mil. A banda de forró Cacau com Leite fecha o "Top 5" parcial dos cachês mais caros pagos pela Saltur, com valor de R$ 90 mil por cada um dos dois shows que fará para a pipoca. 

Segundo pelotão
O escalão seguinte mistura nomes consolidados da música baiana com atrações sem expressão ou tradição na folia. O primeiro time é composto, entre outros, por Márcia Freire, ex-vocalista do Cheiro de Amor (R$ 80 mil), a banda Àttooxxá (R$ 75 mil) e o cantor e compositor Gerônimo, contratado para dois shows no Carnaval, cada um a R$ 70 mil, mais R$ 55 mil pela participação no Furdunço. Já a segunda ala inclui o cantor Juanzinho e a dupla sertaneja André & Mauro, ambos com cachês de R$ 70 mil. 

Fora do radar
Independente da mudança no ranking causado por eventuais publicações de novos contratos da Saltur, os valores se referem apenas aos cachês formalizados no Diário Oficial, pagos diretamente pelo caixa da prefeitura. As maiores somas, reservadas a boa parte dos astros de primeira grandeza, sairão da conta da patrocinadora oficial do Carnaval de Salvador, a Brahma, e a cervejaria não tem obrigação de divulgar o quanto gasta por cada artista contratado.      

Faroeste elétrico
A série de decisões judiciais a jato que levaram a Eletrobras a perder R$ 146 milhões em apenas 62 minutos, conforme revelado pelo portal UOL na quarta-feira (12), tem muito mais a ver com a Operação Faroeste do que a aparente enxurrada de ações suspeitas. No passado, a então estatal do setor elétrico levou outra tunga milionária em uma ação semelhante a de agora, por ordem do juiz José Ramos Dias Filho, do Piauí, aposentado compulsoriamente por corrupção em 2023. Dias Filho foi o mesmo que pediu ajuda ao falso-cônsul da Faroeste, Adailton Maturino, para furtar um processo administrativo disciplinar contra ele na Corregedoria do Tribunal de Justiça do Piauí. Maturino, que ainda não havia se tornado o mentor do esquema de grilagem e venda de sentenças na Bahia, chegou a ser preso em flagrante pela polícia.   

Só muda o final
Os dois casos, o atual e o anterior, fluíram de modo praticamente idêntico: bloqueio de verbas na conta da Eletrobras por decisões de juízes tomadas com extrema velocidade e ao arrepio da lei, seguido da imediata transferência desses recursos para pessoas físicas e jurídicas sem qualquer ligação com o processo. A diferença é que, de tão escaldada, a equipe de advogados da empresa agiu rápido dessa vez e recuperou quase todo o dinheiro desviado. Coisa que não conseguiu quando a empreitada teve as digitais do parceiro de Adailton Maturino.

Baixo-astral
Aliados do deputado estadual Adolfo Menezes (PSD) confidenciaram à coluna que, embora diga publicamente o inverso, ele foi pego de surpresa pela rapidez com a qual o ministro Gilmar Mendes, do Supremo, determinou seu afastamento temporário da presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), em liminar concedida na última segunda-feira, a pedido do também deputado estadual Hilton Coelho (Psol). Em conversas reservadas, as mesmas fontes garantiram que Adolfo esperava que o caso se arrastasse por mais tempo, e não uma semana após ter sido eleito, por 61 votos contra 1, para um contestado terceiro mandato. Pelo padrão adotado no Supremo, consideram quase impossível seu retorno ao comando da Alba.       

Acerto de contas
Ex-prefeito de Mirangaba por três vezes, Adilson Almeida (Avante) foi condenado em definitivo pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a ressarcir os cofres públicos em quase meio milhão de reais. Motivo: irregularidades no uso de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) destinados à construção de uma quadra poliesportiva na pequena cidade de pouco mais de 16 mil habitantes situado no Piemonte da Chapada Diamantina, durante sua última gestão, de 2013 a 2016. A punição do TCU impõem a atualização monetária do ressarcimento, mais juros de mora, além de R$ 50 mil de multa. Almeida tentou novamente retomar o comando do município em 2020 e 2024, mas foi derrotado nas duas ocasiões.

Sopro de renovação
O Ministério do Esporte autorizou o Ypiranga a captar aproximadamente R$ 2,5 milhões em doações e patrocínio até o fim de 2026 para investir no "Mais Querido", como o centenário time do futebol baiano era apelidado nos anos áureos. Os recursos, de acordo com o projeto aprovado pelo ministério, será aplicado nas categorias de base do Ypiranga.