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Em cidade baiana, disputa eleitoral respinga até no padre Fábio de Melo

Metropolítica

Por Jairo Costa Júnior

Notícias exclusivas sobre política e os bastidores do poder

Em cidade baiana, disputa eleitoral respinga até no padre Fábio de Melo

Por caracterizar showmício, Justiça manda suspender apresentação de popstar da Igreja Católica em Itapetinga durante inauguração de hospital

Em cidade baiana, disputa eleitoral respinga até no padre Fábio de Melo

Foto: Reprodução/Instagram

Por: Jairo Costa Jr. no dia 14 de agosto de 2024 às 18:04

Atualizado: no dia 14 de agosto de 2024 às 21:43

A Justiça Eleitoral determinou a suspensão de um show do padre Fábio de Melo que seria realizado na terça-feira (13) em Itapetinga, no sudoeste da Bahia, para a inauguração do Hospital Municipal Virginia Hagge. Em sua decisão, a juíza Adiane Jaqueline Neves da Silva Oliveira, da 140ª Zona Eleitoral, alegou que a medida se baseia na lei que proíbe a contratação de espetáculos artísticos pagos com recursos públicos nos três meses que antecedem o primeiro turno. Embora o atual prefeito da cidade não esteja na disputa pela reeleição, porque já renovou o mandato em 2020, Rodrigo Hagge é sobrinho do médico veterinário Eduardo Hagge, candidato do MDB ao comando da cidade.

Barrados no baile
"Importante pontuar que o espírito da Lei Eleitoral é evitar que a vontade do eleitor seja manipulada,
principalmente para manter a igualdade entre os candidatos. O perigo de dano, por sua vez, decorre da iminência da realização do evento, que pode gerar impacto significativo no pleito eleitoral, criando situação de desigualdade entre os candidatos", destacou a magistrada, ao caracterizar a apresentação de Fábio de Melo como um típico showmício.

Ritmo de festa
A lambança ganhou dimensão maior porque não se tratava apenas do show de um popstar da Igreja Católica. Além da inauguração do hospital, 13 de agosto é o aniversário do prefeito de Itapetinga, e Rodrigo Hagge manteve como tradição festejar a data com um evento público pago pelos cofres do município. Este ano, ele usou como desculpa também o fato de que 13 de agosto é também o dia em que a Igreja celebra a memória de Santa Dulce dos Pobres, canonizada há cinco anos pelo Papa Francisco. Para evitar problemas com a Justiça, o prefeito decidiu ainda suspender a cerimônia de inauguração do hospital.

Acredite se puder
Em Coaraci, cidade de pouco mais de 17 mil habitantes situada no Sul da Bahia, o prefeito do município, Jadson Albano (PP), caiu no radar do Tribunal de Contas do Estado (TCE) por usar verba pública para pagar uma dívida pessoal com a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder). Em 2021, Albano firmou convênio de R$241 mil com o órgão para pavimentação quatro ruas: Porto Alegre, Maceió, Curitiba e Florianópolis. Ao fiscalizarem a obra, os técnicos da Conder constataram que, embora os recursos tivessem sido integralmente gastos, o pacote completo equivalia a pouco mais de R$174 mil. Então, exigiram que Albano devolvesse R$ 67 mil, mais atualizações monetárias. 

Boca na botija
Para quitar a dívida, contudo, o prefeito de Coaraci não recorreu à própria conta bancária, como seroa o correto. Em vez disso, repassou R$76 mil dos cofres municipais para pagar o débito junto ao estado. O que é totalmente proibido por lei. O processo que tramita no TCE ainda não foi julgado. Porém, tanto a equipe de auditores da corte quanto a assessoria jurídica do órgão já se manifestaram pela desaprovação das contas e aplicação de multa ao gestor. Os pareceres também sugerem aos conselheiros do tribunal que encaminhem o processo para o Ministério Público da Bahia (MP) para a eventual abertura de ação penal contra Jadson Albano.

Viés de dúvida
O comando da campanha à reeleição do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), está dividida sobre a participação dele nos próximos debates televisivos do primeiro turno com os dois principais oponentes: o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) e Kléber Rosa, candidato do Psol na capital. Parte acha um risco repetir a estratégia do ex-prefeito ACM Neto na corrida pelo governo baiano em 2022, parte acha que arriscado mesmo é se expor ao bombardeio da dupla de rivais e que o melhor seria comparecer apenas a entrevistas e sabatinas.    

De boa na lagoa
Apesar de associado à banda bolsonarista no Conselho Nacional de Justiça e aliado ao ex-procurador-geral da República Augusto Aras, o promotor João Paulo Schoucair, do MP da Bahia, foi reconduzido ao cargo de conselheiro do CNJ por mais dois anos. De quebra, arrancou elogios do presidente do conselho e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso: "Aqui no Conselho, onde tem prestado bons serviços, João Paulo Schoucair atuou como presidente da Comissão Permanente de Aperfeiçoamento da Justiça Militar e dos  fóruns nacionais do Poder Judiciário para equidade racial e monitoramento das demandas relacionadas aos povos indígenas".