Impasse sobre candidato em Juazeiro será decidido pelo comando nacional da federação PT-PCdoB-PV

Diante do impasse sobre quem será o candidato da base aliada ao governo Jerônimo Rodrigues em Juazeiro, caberá à Direção Nacional da federação partidária formada pelo PT, PCdoB e PV resolver o imbróglio que envolve as três legendas na disputa pelo quarto maior colégio eleitoral do interior baiano. Mesmo ainda inelegível por condenação de improbidade transitada em julgado, o ex-prefeito Isaac Carvalho (PT) insiste na candidatura e aposta em um parecer favorável da Justiça na tentativa de reverter o veto. No entanto, o deputado estadual Roberto Carlos (PV) já deixou claro que não abandonará o páreo em favor de Carvalho e que está disposto a encarar o bate-chapa contra o petista na cúpula da federação.

Nem vem que não tem
Em meio ao impasse, o deputado estadual Zó (PCdoB) se retirou da corrida e, de quebra, anunciou apoio ao candidato do MDB a prefeito de Juazeiro, Andrei Gonçalves, mais conhecido como Andrei da Caixa. Como se trata de um líder de partido que integra a federação encabeçada pelo PT, a decisão de Zó também será submetida ao diretório formado pelas três legendas. "O problema é que Isaac Carvalho, apesar de barrado judicialmente, não quer largar o osso. E caso largue, quer que a candidatura da base seja entregue à mulher dele (Ellen Carvalho), mas nem PV nem PCdoB aceitam", disse um parlamentar petista escalado para negociar um acordo de paz junto ao trio de lideranças da base na cidade.

Nada feito
Na terça-feira (06), Éden Valadares, Davidson Magalhães e Ivanilson Gomes, respectivamente, presidentes estaduais do PT, PCdoB e PV, se reuniram para discutir a relação em Juazeiro. Contudo, o encontro terminou sem que os três tivessem construído uma saída consensual. O município baiano é o único do país onde a candidatura da federação será decidida pelo comando nacional. "A questão é que o prazo para registro de candidatos termina no próximo dia 15. Será preciso correr contra o relógio", emendou outro cacique do bloco partidário ouvido pela Metropolítica.            

Sem mamãe
Embora o secretário de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer de Salvador, Júnior Magalhães, tenha corrido para reafirmar apoio ao prefeito da capital, integrantes do núcleo-duro do Palácio Thomé de Souza acham que ele terá dificuldades para manter o posto no alto escalão da prefeitura em uma eventual reeleição de Bruno Reis (União Brasil). A avaliação tem como pano de fundo a certeza de que Júnior perde musculatura para barganhar a permanência devido à aliança entre a mãe dele, a ex-prefeita de Candeias Tonha Magalhães (Avante), e o PT na disputa pelo comando da cidade da RMS.

Por um triz
Em abril, Tonha Magalhães deixou o União Brasil e migrou para o Avante, após perder espaço na chapa majoritária da base aliada ao prefeito de Candeias, Pitágoras Ibiapina (PP). A princípio, Tonha desejava, além da vaga de vice do candidato de Pitágoras, Eriton Ramos (PP), o direito a controlar parte do secretariado, caso o grupo do prefeito saia vencedor da sucessão em Candeias. Como não conseguiu, debandou do bloco oposicionista e aceitou a dobradinha com a candidata petista no município, Marivalda Silva. Com isso, fragilizou a posição do filho no andar de cima da prefeitura de Salvador.

Bala devolvida
Euclides da Cunha, no sertão da Bahia, se tornou palco da nova rusga entre PDT e União Brasil. Depois que os pedetistas negaram apoio ao candidato do União Brasil a prefeito de Ilhéus, o empresário Valderico Júnior, e anunciaram adesão ao palanque da ex-secretária estadual de Educação Adélia Pinheiro, nome escolhido para representar o PT na batalha eleitoral da cidade, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, vice-presidente nacional do União Brasil, deu o troco e limou o partido da coligação liderada pelo ex-secretário de Obras de Euclides, Heldinho Macedo (PDT), candidato do atual prefeito do município, Luciano Pinheiro.