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Militares do Exército são condenados por roubo de 150 kg de carne e alimentos no Colégio Militar do Recife

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Militares do Exército são condenados por roubo de 150 kg de carne e alimentos no Colégio Militar do Recife

Os produtos eram retirados clandestinamente da câmara frigorífica e transportados em sacos pretos ou caixas, causando um prejuízo de aproximadamente R$ 69.533,08 aos cofres públicos

Militares do Exército são condenados por roubo de 150 kg de carne e alimentos no Colégio Militar do Recife

Foto: Reprodução/Google Street View

Por: Metro1 no dia 08 de março de 2025 às 15:06

O Superior Tribunal Militar (STM) condenou sete militares do Exército Brasileiro por envolvimento em um esquema de desvio de alimentos no Colégio Militar do Recife (CMR), localizado na Zona Oeste da capital pernambucana. Entre os itens roubados, estavam cerca de 150 quilos de carne, que eram retirados do rancho da unidade. Os condenados incluem um capitão, três sargentos, dois cabos e um soldado. As penas variam de cinco a sete anos de prisão, com a exclusão das Forças Armadas para todos os réus, exceto o capitão, que também enfrenta um processo para perda de posto e patente.

A investigação, iniciada em agosto de 2019, teve início após um cabo filmar militares transportando alimentos do rancho do colégio para carros particulares e militares. Os desvios aconteciam desde 2016, no entanto a denúncia foi formalizada somente em 2020 e revelou que o esquema era coordenado pelo capitão João Martins Gomes Neto, chefe do Setor de Aprovisionamento do CMR. A prática foi amplamente conhecida entre os acusados como "Dia dos Dez Mirréis".

Os sargentos desempenhavam o papel de cooptar e intimidar outros militares para participar do esquema, enquanto um cabo manipulava os registros no sistema de controle de estoque, reduzindo a quantidade oficial de alimentos armazenados. Os produtos eram embalados em sacos pretos ou caixas e retirados da câmara frigorífica após o expediente, para serem transportados de forma clandestina. As investigações apontaram que o prejuízo ao erário foi estimado em R$ 69.533,08.

A descoberta do desvio foi impulsionada pela observação da nutricionista do CMR, que notou a falta de aproximadamente 150 quilos de carne e informou ao comando da unidade. Diante disso, o grupo intensificou as ameaças a testemunhas, e militares que se recusavam a participar do esquema foram coagidos. Um dos cabos denunciou que foi alertado por dois sargentos para não relatar os desvios, sob a ameaça de represálias.

Inicialmente, os militares foram absolvidos pela Justiça Militar da União no Recife, sob a alegação de insuficiência de provas. O Conselho Especial de Justiça argumentou que não havia evidências suficientes da existência de uma organização criminosa ou das ameaças mencionadas pelas testemunhas. Contudo, o Ministério Público Militar recorreu ao STM, que reformou a decisão e condenou os réus por peculato e outros crimes relacionados ao esquema de desvio de alimentos.