Caso Marielle: Câmara descontou R$ 226 mil do salário de Chiquinho Brazão em 2024

A Câmara dos Deputados descontou R$ 226 mil dos vencimentos do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) ao longo de 2024. Preso desde 24 de março, o parlamentar é acusado de envolvimento nos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Apesar da prisão, Brazão recebeu R$ 84,4 mil em salários entre abril e dezembro do mesmo ano. Os dados estão disponíveis no portal de transparência da Câmara. O salário bruto de um deputado é de R$ 44.008,52 por mês, além de uma verba de R$ 125 mil para pagar até 25 assessores, que podem atuar em Brasília ou nos estados de origem do parlamentar.

Mesmo em detenção, deputados mantêm o direito ao salário enquanto preservarem o mandato. No entanto, caso Chiquinho Brazão tenha o mandato cassado, ele perderá o direito à remuneração. A decisão sobre a cassação ainda depende de votação no plenário. Para que o mandato seja revogado, é necessário o apoio de pelo menos 257 deputados.

Chiquinho Brazão recebeu R$ 24.099,58 na folha de abril, referente a março. Naquele mês, em que o deputado foi preso, o desconto foi de R$ 6.112,29. De maio a novembro, Chiquinho Brazão recebeu R$ 7.949,85 mensais. Em dezembro, o valor recebido foi de R$ 4.655,38. Entre maio e dezembro, a Câmara descontou, mensalmente, R$ 27.505,32 dos salários do deputado. Foram 73 ausências não justificadas em sessões plenárias e duas ausências não justificadas em reuniões de comissões.

O gabinete de Chiquinho Brazão na Câmara também onera os cofres públicos nos meses em que o parlamentar está preso. Foram gastos R$ 994 mil entre abril e novembro com a verba de gabinete do parlamentar destinada a 28 pessoas que trabalham com o deputado.