Justiça
Toffoli tira sigilo de depoimentos sobre grampo ilegal da PF em cela de Youssef
Decisão atende pedido da defesa do doleiro, que foi um dos delatores da Lava Jato
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABR
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), tirou o sigilo de depoimentos, informações e áudios relacionados ao grampo ilegal na cela onde o doleiro Alberto Yousself estava preso em 2014, na primeira fase da Operação Lava Jato. Por conta dessa escuta ilegal, sua defesa planeja pedir a derrubada dos efeitos da delação premiada.
A decisão foi publicada na última quarta-feira (20). Toffoli reconhece que teria havido captação ambiental ilícita de conversas entre Youssef e pessoas ligadas a ele na PF em Curitiba. O doleiro foi condenado no âmbito da Lava Jato a mais de cem anos de prisão. Por ter assinado acordo de delação premiada, ele ficou preso entre 2014 e 2017, passando, em seguida, para a prisão domiciliar.
O ministro encaminhou a documentação a uma série de órgãos, a exemplo da Procuradoria-Geral da República (PGR), da Advocacia-Geral da União (AGU), da Controladoria-Geral da União (CGU), do Tribunal de Contas da União (TCU), da Diretoria da Polícia Federal, do Ministério da Justiça e da Presidência do Congresso Nacional. Caberá aos órgãos seguirem com as investigações.
Segundo a defesa, os áudios capturados pela escuta sempre estiveram guardados na secretaria da 13ª Vara Federal de Curitiba. No entanto, a posse do HD externo contendo a mídia teria sido “estranhamente” omitida dos juízes que substituíram Moro.
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.