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Líder que transcendeu os limites do catolicismo, Francisco deixa um legado progressista na igreja

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Líder que transcendeu os limites do catolicismo, Francisco deixa um legado progressista na igreja

Igreja Católica se prepara para rito tradicional de escolha do novo papa

Líder que transcendeu os limites do catolicismo, Francisco deixa um legado progressista na igreja

Foto: Agência Brasil/Tania Rego

Por: Laisa Gama no dia 25 de abril de 2025 às 07:30

Atualizado: no dia 25 de abril de 2025 às 11:24

Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 25 de abril de 2025

A morte do Papa Francisco, aos 88 anos, encerra um dos pontificados mais marcantes da história recente da Igreja Católica. Francisco estava internado desde o início de abril no hospital Gemelli, em Roma, para tratar complicações respiratórias agravadas por uma infecção. Ele chegou a receber alta, em um momento em que mobilizou católicos e líderes religiosos do mundo todo em orações e homenagens, mas faleceu no dia 21 de abril, um dia após a Páscoa, deixando um legado que transcende as fronteiras do catolicismo.

Primeiro papa latino-americano e jesuíta, Francisco rompeu com tradições e adotou um estilo de vida simples, próximo dos pobres e comprometido com causas sociais e ambientais. Foi o primeiro a usar publicamente a palavra “gay”, denunciou abusos dentro da Igreja e buscou o diálogo com diferentes religiões e culturas. Seu pontificado ficou marcado pelo esforço de aproximação com os marginalizados e por um discurso de acolhimento.

Em busca de um sucessor

Com a morte do papa, cresce a expectativa pela escolha de um sucessor que possa dar continuidade ao seu legado. Um dos nomes cotados é o do cardeal filipino Luis Antonio Tagle, conhecido como o “Francisco asiático” por seu perfil moderado, vida simples e forte atuação social. O arcebispo de Salvador, Dom Sérgio da Rocha, também está na lista. Ele foi ordenado padre em 1984 e proclamado cardeal pelo papa Francisco, em novembro de 2016. No início de 2023, tornou-se o primeiro brasileiro a ser indicado para integrar o Conselho de Cardeais.

A previsão, no entanto, é de um novo papa mais moderado e até ligeiramente um pouco mais conservador do que Francisco. O papa argentino deixou um legado de cardeais mais progressistas, como ele, só que, apesar disso, correntes mais conservadoras também ganharam força nos últimos anos. Por isso, a igreja deve acabar optando por um líder que busque equilíbrio e coesão interna. 

Rito e política

A responsabilidade de eleger o novo pontífice recai sobre os cardeais com menos de 80 anos, que são convocados para o conclave, como é chamada a reunião secreta realizada na Capela Sistina. Isolados, eles iniciam uma série de votações diárias, em busca de um consenso. Para que haja eleição, é necessário que um candidato receba pelo menos dois terços dos votos. O ritual é acompanhado de um símbolo clássico: a fumaça que sai da chaminé da Capela, quando preta, significa que não houve escolha; branca, que um novo papa foi eleito.