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Apagão de dados sobre animais em situação de rua em Salvador cria barreira para políticas públicas
Segundo informou a Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-Estar e Proteção Animal (Secis), na prática, a contagem e controle dos animais em situação de rua são feitas apenas por meio do castramóvel
Foto: Agência Brasil/Rovena Rosa
Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 10 de abril de 2025
Quem são, onde vivem e quantos são? As perguntas poderiam ser as chamadas dessas reportagens sensacionalistas de televisão, mas são apenas questões simples e iniciais para qualquer política pública séria. Só que, no caso dos animais em situação de rua de Salvador, continuam sem resposta.
A reportagem tentou respondê-las, buscou as secretarias de Saúde (do estado e município), Conselho Regional de Medicina Veterinárias, as pastas voltadas para meio ambiente, mas ninguém foi capaz de detalhar questões relacionadas à população animal em situação de rua na capital.
Festival de promessas
O apagão de dados, mesmo diante da promessa de um censo, dificulta qualquer estratégia eficaz para controle, saúde e bem-estar desses animais e, por tabela, da população. É simples: sem dados não há sequer como justificar a destinação de verbas públicas à saúde animal e ao combate a zoonoses.
O alerta é também da veterinária Ilka Gonçalves, presidente da Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar do Conselho Regional de Medicina Veterinária da Bahia (CRMV-BA), que pontua que, sem controle efetivo, os animais se tornam ainda mais vítimas de maus tratos e vetores de doenças, elevando, inclusive, os custos custos com internações e tratamentos de saúde. “A prevenção é muito mais barata do que remediar”, enfatiza Ilka Gonçalves, destacando que investir na saúde animal significa também proteger a saúde humana.
Repasse de responsabilidade
Segundo informou a Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-Estar e Proteção Animal (Secis), na prática, a contagem e controle dos animais em situação de rua são feitas apenas por meio do castramóvel, serviço municipal que oferece castração e vacinação gratuitos - uma obrigação legal dos municípios.
A tarefa, no entanto, acaba recaindo nas costas de cuidadores e voluntários, porque é preciso que alguém leve esses animais ao castramóvel e ainda se responsabilize pelo pós-operatório em casos de castração.
Se sobre eles já se acumulam missões como resgate e, muitas vezes, até alimentação e cuidado, atribuir aos cuidadores uma parte fundamental para esse controle, é no mínimo se eximir de uma obrigação.
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