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Caso Cátia Raulino: quatro anos após ser descoberta, professora responde em liberdade por fraude processual

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Caso Cátia Raulino: quatro anos após ser descoberta, professora responde em liberdade por fraude processual

Quatro anos depois, o processo movido pelo Ministério Público só aguarda o julgamento

Caso Cátia Raulino: quatro anos após ser descoberta, professora responde em liberdade por fraude processual

Foto: Reprodução

Por: Duda Matos no dia 31 de outubro de 2024 às 00:00

Atualizado: no dia 31 de outubro de 2024 às 16:21

Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 31 de outubro de 2024

Nas redes sociais e nos corredores da faculdade, ela era referência na área do Direito, coordenadora de curso e participante de bancas de graduações. Mas, em 2020, a então professora universitária Cátia Regina Raulino foi alvo de um processo por ter lecionado em duas universidades particulares de Salvador, alegando ser formada na área com mestrado, doutorado e pós-doutorado, sem possuir nenhum desses títulos. A farsa começou a cair e uma investigação foi iniciada após alunas denunciarem que tiveram artigos plagiados por ela. Quatro anos depois, o processo movido pelo Ministério Público parece estar perto do fim. Pelo menos, é o que indica o Tribunal de Justiça da Bahia. Segundo a corte, a ação só aguarda o julgamento.

Além de atuar como professora e coordenadora, ela divulgava seu trabalho nas redes sociais. Em um dos perfis, que foi desativado posteriormente, acumulava mais de 180 mil seguidores no Instagram. Em uma das postagens, ela aparecia orientando seus seguidores a não mentir em entrevistas de emprego. Mas, depois da descoberta, houve até quem precisasse refazer a banca de graduação que teve Cátia como examinadora. “Eu acho que Cátia é um excelente exemplo da onda de profissionais que se vendem pelas redes sociais sem ter um mínimo de competência técnica. A internet é uma ferramenta sensacional de marketing, mas acabou se transformando numa vitrine para qualquer tipo de gente se vender como autoridade”, opina Lorena Nogueira, uma das alunas que foi vítima de plágio.

Na época, Cátia chegou a apresentar à polícia documentos para tentar comprovar que os títulos eram reais, mas o delegado do caso afirmou que nenhum deles era um diploma ou o equivalente aos títulos que ela dizia possuir. O Ministério Público do Estado da Bahia denunciou a ex-professora pela prática dos crimes de uso de documento público falso, violação de direito autoral e fraude processual. Segundo as investigações, ela teria cometido os crimes por meio de reiteradas ações e, por isso, também é acusada de concurso material de crimes.

Em outros julgamentos, ela já foi condenada a pagar R$ 5 mil em multa e outros R$ 25 mil por danos morais a uma das vítimas de plágio. No ano passado, Cátia concluiu a sua formação na Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), mas, até o momento, seu nome não consta no Cadastro Nacional de Advogados (CNA) e nem mesmo no registro de aprovação no exame da Ordem Nacional dos Advogados (OAB).