Vote na disputa pelo Prêmio PEBA para piores empresas da Bahia>>

Sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp

Home

/

Notícias

/

Jornal da Metropole

/

Tribuna da Bahia completa 55 anos de legado ao jornalismo baiano

Jornal Metropole

Tribuna da Bahia completa 55 anos de legado ao jornalismo baiano

Meia década de um veículo que já foi palco para nomes como João Ubaldo Ribeiro e Jânio Lopo

Tribuna da Bahia completa 55 anos de legado ao jornalismo baiano

Foto: Acervo

Por: Fabiana Lobo no dia 17 de outubro de 2024 às 00:56

Reportagem publicada originalmente no Jornal Metropole em 17 de outubro de 2024

Foi durante a Ditadura Militar. Em 21 de outubro de 1969, Elmano Castro fundou o jornal Tribuna da Bahia (TB). Para surgir nessa época, das duas, uma: ou você reza pela cartilha dos militares ou é combativa. A Tribuna foi a segunda opção, teve um papel fundamental nesse triste período da história, e continuou resistindo a outros ataques e mudanças.

Noticiou, em sua capa, a demissão do então prefeito biônico Mário Kertész a mando do governador Antonio Carlos Magalhães, com a manchete “A cidade lamenta a exoneração de MK”. Anos depois anunciou com entusiamo a nova constituinte e mais recentemente, com preocupação, uma pandemia. Com sede na Avenida Djalma Dutra, o jornal estabeleceu uma linguagem mais simplificada comparada aos noticiários da época. Nas suas páginas, não era “Sua Santidade, o eminente Papa Paulo VI”, era apenas o papa Paulo VI”.

À Rádio Metropole, Joaci Goés, dirigente do jornal por mais de 20 anos, lembrou recentemente do dia em que adquiriu parte do Tribuna das mãos de Elmano, que chegou a vender seu percentual da TV Aratu para investir no TB. Segundo Góes, como era um jornal de empresários, o Tribuna inicialmente era visto como um veículo que se curvaria aos governantes. O que não aconteceu, até mesmo por conta do perfil do próprio Joaci, que chegou a ser desafeto de Antonio Carlos Magalhães.

Anos depois, Joaci deixou o TB para os jornalistas, mas com a missão de que eles continuassem com o espírito combativo posto pelo fundador Elmano e que fez, em diversos episódios, o jornal ser recolhido das bancas pelo regime militar. Walter Pinheiro assumiu a direção e deu seguimento ao trabalho. Os desafios já não eram os militares, mas sim mudanças no jornalismo e no mercado. Dificuldades, aos poucos, superadas com espírito combativo do fundador. É bem verdade que a redação já não é mais a mesma e nem suas páginas, claro, afinal são 55 anos. Meia década de um veículo por onde já passaram nomes como João Ubaldo Ribeiro, Jânio Lopo, Grant Mariano, Raimundo Lima, João Santana, Bob Fernandes, Tasso Franco e tantos outros.