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Harildo Déda, mestre eterno do teatro baiano, deixa importante legado na formação de artistas brasileiros
Ator e diretor morreu aos 83 anos, na última terça-feira, de falência múltipla dos órgãos
Foto: Divulgação/Aristides Alves
Reportagem publicada originalmente no Jornal Metropole em 21 de setembro de 2023
A atuação de Harildo Deda tinha uma particularidade no rol dos atores baianos: contenção. Ele não costumava ser histriônico como parte dos seus colegas. Antes, usava a voz potente e a serenidade das feições a serviço de uma força expressiva marcante. Resultado: acabava chamando mais atenção que grande parte dos gesticuladores mais afetados.
Nesta terça-feira, aos 83 anos, ele morreu, de falência múltipla dos órgãos. Baiano, sim, apesar de nascido em Simão Dias, estado de Sergipe, Harildo atuou em diversas novelas, séries, filmes e peças de teatro — especialmente nestas. Porém, sua atuação mais importante se deu como professor da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, onde lecionou apaixonadamente por décadas, e onde continuou presente e atuante mesmo depois de aposentado. “Todo dia eu tô aqui. Eu só falto dormir aqui. Mas o resto do tempo eu saio de minha casa e vivo mais tempo aqui. E é um prazer muito grande ainda poder fazer isso”, disse o mestre em 2014, em entrevista à TV Ufba, quatro anos após pendurar as chuteiras.
Fundador e diretor da Companhia de Teatro da universidade, verdadeiro marco na história da instituição, Harildo Déda não podia ter sido velado em outro local senão no palco do Teatro Martim Gonçalves, seu primeiro lar. Ali, além de representar e dirigir papéis inesquecíveis, o mestre formou gerações inteiras de atores e atrizes, alguns com carreiras de destaque nacional, como Vladimir Brichta, Marcelo Flores e Alethea Novaes.
Na televisão, participou de séries como “O Pagador de Promessas”, “Dona Flor e seus Dois Maridos” e “Carga Pesada”. E no cinema atuou em grandes obras como “Tieta do Agreste” e “Cidade Baixa”, mas gostava especialmente de lembrar a cena única que fez em “Central do Brasil”, como seu Bené, o dono do armazém que flagra o furto da personagem de Fernanda Montenegro.
Amigo pessoal do ator, Fernando Guerreiro, diretor teatral e também da Fundação Gregório de Mattos, anunciou que pretende criar um teatro em homenagem ao companheiro de arte. “Vamos correr aí para fazer o Teatro Harildo Déda. Está na hora. Isso é fundamental. Já tem uma sala com o nome dele, mas a gente precisa de um teatro”, disse no programa Revele, da Rádio Metropole.
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