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Show de horrores no STF: Julgamento do 8 de janeiro vira cenário de gafes e deslizes
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Show de horrores no STF: Julgamento do 8 de janeiro vira cenário de gafes e deslizes
Advogados dos primeiros réus do 8 de janeiro adotam estratégia de atacar ministros do STF, mas acabam virando motivo de chacota nas redes sociais
Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
Reportagem publicada originalmente no Jornal Metropole em 21 de setembro de 2023
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) se tornou, na semana passada, cenário de um verdadeiro show de horrores. Os três primeiros réus dos ataques do 8 de janeiro foram julgados, mas o que chamou atenção não foram as penas de até 17 anos de prisão. A chuva de gafes e defesas no mínimo inusitadas repercutiu nas redes sociais e virou motivo de chacota.
ociais e virou motivo de chacota. Sobrou até para Nicolau Maquiavel e sua obra O Príncipe. A célebre frase “os fins justificam os meios”, atribuída ao filósofo e pensador político do século 15, foi citada, mas de maneira completamente equivocada, como se pertencesse ao livro infantil O Pequeno Príncipe. O dono da gafe foi advogado Henry Kattwinkel, que defendeu o réu Thiago de Assis Mathar, condenado a 14 anos. A estratégia dele foi tentar pintar a imagem do ministro Alexandre de Moraes como imparcial e acusador, mas ele acabou esbarrando nessa e em outras pérolas, como quando chamou o governador romano Pôncio Pilatos de “Afonso”. Por causa de seu desempenho, Henry virou alvo de chacota, foi expulso do Solidariedade, partido ao qual era filiado, e ainda levou um carão de Moraes.
“É patético e medíocre que um advogado suba à tribuna do STF com um discurso de ódio, um discurso pra postar nas redes sociais, que veio aqui agredir o STF, talvez pretenda ser vereador do seu município no ano que vem”, disse Moraes.
Mathar pode até não ter se abalado muito com a situação, mas a falta de um cumprimento foi motivo suficiente para que a advogada Larissa Lopes de Araújo caísse em lágrimas no plenário. Ela defendeu o réu Matheus Lima de Carvalho Lázaro, condenado a 17 anos de prisão.
“Me entristece que, na primeira vez que venho e me sento como advogada, eu sou ignorada pelo PGR [subprocurador da República Carlos Frederico Santos] e pelo ministro relator [Moraes], que sequer nos cumprimentaram. [Deram] boa tarde a todos e esqueceram dos advogados. Senhores, me desculpem querer chorar”, disse.
Teve espaço também para advogado se defender. A estratégia foi de Sebastião Coelho da Silva, que fazia a defesa de Aécio Lúcio Costa Pereira e achou melhor usar o tempo de outra forma, já que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) investiga se ele incitou atos golpistas. Salomão renunciou em 2022 à vice-presidência do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal em protesto após Moraes tomar posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
A estratégia de deixar o réu ao léu não deu certo, a pena foi de 17 anos de prisão. No programa Três Pontos, da Rádio Metropole, o jornalista Bob Fernandes avaliou esse como o clímax do julgamento. “Sebastião Melo disse, apontando para os ministros, que nesta bancada estavam as pessoas mais odiadas pelo país. Mais odiadas certamente pelo próprio Sebastião, que é investigado no âmbito dos atos golpistas. Foram falas instagramáveis”, afirmou.
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