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Casa da Mãe Joana Angélica: relembre a importância da freira baiana que é nome de avenida
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Casa da Mãe Joana Angélica: relembre a importância da freira baiana que é nome de avenida
Série especial do Jornal Metropole segue contando histórias sobre o marco histórico que completa 200 anos em 2023
Foto: Sidney Falcão/Metropress
Reportagem publicada originalmente no Jornal Metropole em 18 de maio de 2023
Não dá pra falar no 2 de Julho sem mencionar com louvores a freira Joana Angélica, abadessa do Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, o mais antigo do Brasil, localizado ali na avenida que hoje leva seu nome — no caso, o dela. Exceção desde o início, Joana pertencia a uma família abastada de Salvador e foi parar no convento de forma, digamos, extraordinária, já que a instituição servia como local de recolhimento para mulheres consideradas “de má fama”, solteiras ou casadas, geralmente enclausuradas por pais e maridos que, ou não queriam deixá-las sozinhas, ou criam merecer alguma punição.
Ela, porém, aos 20 anos, era prendada, líder nata, cheia de predicados, quando decidiu por livre e espontânea vontade entregar-se à vida religiosa. Claro que há a tentação de fazer um trocadilho com “casa da mãe Joana”, mas devemos resistir. Enfim, em 19 de Fevereiro de 1822, quando nossa heroína já contava 60 anos, conflitos levaram os guerreiros pela independência a fugir do Campo da Pólvora para o Tororó. Os soldados portugueses desconfiaram de que eles estavam escondidos no convento (outra versão diz que queriam cortar caminho pelo interior da instituição) e tentaram invadi-lo, quando deram de cara com a destemida abadessa. Sem consideração, um deles meteu-lhe a baioneta na barriga, ferindo-a de morte.
A notícia só inflou os sentimentos antilusitanos vigentes em todo o país. À missa pelo 30º dia de morte de Joana Angélica aconteceu no Rio de Janeiro, com as ilustres presenças, em luto, do Príncipe Regente Dom Pedro e da Princesa Leopoldina. Em comemoração ao Centenário da Independência da Bahia, 2 de julho de 1923, a então Rua da Lapa passou a se chamar Avenida Joana Angélica.
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