
Internacional
Cofundador do Instagram acusa Zuckerberg de sabotar crescimento do app
Kevin Systrom criticou a estratégia de integrar os sistemas do Instagram, Facebook e WhatsApp; iniciativa teria comprometido a autonomia do Instagram

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil
O cofundador do Instagram, Kevin Systrom, afirmou que Mark Zuckerberg limitou o crescimento do aplicativo após sua aquisição pela Meta. A declaração foi dada em um tribunal federal de Washington, durante o julgamento antitruste movido pelo governo dos Estados Unidos que pode levar ao desmembramento da empresa de tecnologia.
Convocado como testemunha-chave pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC), Systrom afirmou que a Meta não forneceu os recursos necessários para que o Instagram atingisse seu potencial após a compra, em 2012. À época, o aplicativo foi adquirido por US$ 1 bilhão. Segundo o depoimento, Zuckerberg teria visto o crescimento acelerado do Instagram como uma ameaça. “Mark Zuckerberg e Chris Cox acreditavam que o crescimento do Instagram era, em grande parte, o responsável pela queda de usuários ativos diários do Facebook”, afirmou Systrom.
O empresário relatou que a Meta cortou ferramentas fundamentais para o desenvolvimento da plataforma e que a falta de equipe suficiente foi uma das razões para sua saída da empresa, em 2018. Um e-mail escrito por ele em 2017, apresentado à corte, registrava a frustração com a falta de apoio: “Recebemos zero dos 300 funcionários adicionais para vídeo, o que é uma resolução inaceitável e ofensiva”.
Systrom também criticou a estratégia de Zuckerberg de integrar os sistemas do Instagram, Facebook e WhatsApp sob a ideia de uma “família de aplicativos”. A iniciativa, segundo ele, comprometeu a autonomia do Instagram. Ele deixou a empresa ao lado do cofundador Mike Krieger em setembro de 2018. A saída seguiu um movimento semelhante de Jan Koum e Brian Acton, fundadores do WhatsApp, que também romperam com a Meta após divergências com Zuckerberg, sobretudo relacionadas à privacidade e uso de dados, após o escândalo da Cambridge Analytica.
Na sexta-feira (18), ao depor, Zuckerberg atribuiu tanto o sucesso do WhatsApp, como Instagram, ao Facebook. Em sua defesa, a Meta declarou: “Documentos de anos atrás e fora de contexto sobre aquisições que foram analisadas pela FTC há mais de dez anos não vão obscurecer as realidades da concorrência que enfrentamos nem suplantar a fraca argumentação da FTC.”
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