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Pesquisa aponta vitória de candidata da esquerda em disputa acirrada pela presidência do Equador
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Pesquisa aponta vitória de candidata da esquerda em disputa acirrada pela presidência do Equador
Em nova sondagem divulgada na reta final do segundo turno, Luisa Gonzáles aparece cerca de seis pontos percentuais à frente do atual presidente do país, Daniel Noboa, líder da direita equatoriana

Foto: Reprodução/Facebook
Às vésperas do segundo turno da sucessão presidencial no Equador, marcada para o próximo domingo (13), a candidata de oposição ao atual governo e representante da esquerda na disputa pelo comando do país, a advogada e ex-deputada Luisa Gonzáles, aparece em primeiro lugar no duelo direto com o presidente Daniel Noboa, aponta nova pesquisa feita pelo instituto argentino Trespuntozero.
De acordo com o levantamento realizado entre os dias 4 e 7 de Abril com 1.200 entrevistados, a candidata do partido do ex-presidente Rafael Correa, o Revolução Cidadã, venceria Noboa por 51,9% dos votos totais contra 46,7%, diferença de aproximadamente seis pontos percentuais. Como a margem de erro é de 2,8 pontos, a vantagem pode ser menor do que indica a pesquisa. Os indecisos e os que disseram não votar em nenhum dos dois somaram 1,4%.
O instituto mediu também a rejeição dos eleitores do Equador aos dois presidenciáveis. A candidata do correísmo, como é conhecida a corrente política liderada por Correa, obteve resultados mais positivos que Noboa, herdeiro de uma megacorporação de exportação de bananas e integrante da direita equatoriana. No total, 43,6% afirmaram que nunca votariam em Gonzáles, cerca de 7,5 pontos abaixo do atual presidente, rejeitado por 51% dos entrevistados.
Em relação à expectativa de vitória, 50,6% têm certeza de que a ex-deputada sairá vencedora das urnas, enquanto 47% acreditam na reeleição de Noboa. Outros 2,4% não souberam dizer quem ganhará a corrida. A pesquisa revelou ainda um alto índice de votos consolidados. Segundo o Trespuntozero, 95,8% dos equatorianos já estão muito ou bastante decididos sobre o candidato que irão escolher. Somente 4,2% permanecem pouco ou nada decididos na reta final da sucessão.
Levantamento reforça cenário de eleição apertada
Embora Luisa Gonzáles desponte à frente de Daniel Noboa na nova pesquisa, em consonância com todas as sondagens realizadas pelo instituto argentino este ano, os números reforçam o cenário de disputa acirrada pela presidência do Equador. Isso porque o empate técnico entre eles se dá no limite da margem de erro.
A mesma tendência dominou o primeiro turno da sucessão no país, realizado em 9 de fevereiro, quando Noboa ficou à frente de Gonzáles por uma diferença de apenas 0,2 ponto percentual. Em números absolutos, 4.527.255 equatorianos votaram no atual presidente (44,17%), enquanto 4.507.508 (43,97%) optaram pela candidata de oposição. Contudo, os resultados contrariaram as projeções feitas durante a campanha por quase todos os institutos de pesquisa, que indicaram a vitória de Noboa já na primeira rodada.
Sucessão ocorre sob clima de turbulência política
As eleições no Equador ocorrem em meio à onda de violência, rebeliões, motins, guerras entre facções do narcotráfico, apagões de energia, crise econômica e turbulência política que atinge o país há pelo menos quatro anos. O clima de tensão ficou mais grave a partir de maio de 2023, quando o então presidente Guillermo Lasso, afundado em denúncias de corrupção, dissolveu o Parlamento e convocou eleições antecipadas para escapar da cassação.
A campanha pela sucessão de Lasso foi marcada por conflitos entre os mais diversos grupos políticos e pelo assassinato do jornalista, ex-deputado e líder sindical Fernando Villavicencio, morto com três tiros na cabeça em agosto de 2023, quando deixava um comício realizado em Quito, capital do Equador. Segundo as investigações a cargo da polícia equatoriana, a execução de Villavicencio, um dos oito candidatos a presidente, foi ordenada pelo narcotraficante Carlos Edwin Angulo Lara, mais conhecido como El Invisible (O Invisível).
Filho do magnata da banana Álvaro Noboa, derrotado em todas as cinco tentativas de comandar o país, Daniel Noboa venceu Luisa Gonzáles no segundo turno por 52% a 48% dos votos válidos. Com 35 anos à época, ele se tornou a pessoa mais jovem a presidir o Equador ao assumir um mandato-tampão de 18 meses. Agora, ambos se enfrentarão novamente em mais uma batalha entre a direita e a esquerda equatoriana.
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