Primeiro-ministro da França é destituído pela Assembleia Nacional após impasse sobre Orçamento

O primeiro-ministro da França, Michel Barnier, foi destituído pela Assembleia Nacional nesta quarta-feira (4), após uma inédita aliança entre parlamentares de esquerda e extrema direita que aprovou uma moção de censura.

A votação teve 331 votos favoráveis, bem acima dos 289 necessários. Assim, Barnier, nomeado pelo presidente Emmanuel Macron em setembro, encerra o governo mais breve desde o início da Quinta República, em 1958, com menos de 100 dias no cargo. A destituição ocorre em meio a um impasse sobre o Orçamento de 2025, agravando a crise política que assola a França desde as eleições parlamentares de julho, quando nenhum partido conseguiu formar maioria.

A queda de Barnier intensifica as dúvidas sobre a governabilidade de Macron, que poderá dissolver novamente a Assembleia Nacional em junho do próximo ano, caso os conflitos políticos continuem. Macron segue no cargo até 2027, mas enfrenta o desafio imediato de indicar um novo primeiro-ministro capaz de aprovar o Orçamento ainda este mês, em um contexto de déficit público em quase 6% do PIB e uma dívida nacional que já alcança 112% do PIB, aproximadamente 3,2 trilhões de euros.