Sergio Massa toma a frente e vai a segundo turno em 1º lugar na Argentina

Sergio Massa, candidato da coligação governista e atual ministro da Economia da Argentina, surpreendeu e tomou a dianteira no primeiro turno das eleições presidenciais na Argentina, com votação ocorrida neste domingo (22).

Com esse resultado, Massa vai concorrer no segundo turno da disputa presidencial, marcado para 19 de novembro, com Javier Milei, candidato populista que se define como libertário e que, em agosto, havia vencido as primárias e era considerado forte candidato a se eleger já no domingo.

Massa obteve 36% dos votos, já Milei conseguiu 30%. A terceira colocada foi Patricia Bullrich com 23%. A população se reuniu para eleger também 130 deputados e 24 senadores, além dos governadores de Buenos Aires e Entre Rios, e o prefeito da cidade de Buenos Aires.

Entre os principais desafios do próximo presidente argentino estão a inflação de quase 140%, uma crise cambial e as contas públicas esgotadas. O país tem ainda 40% da população na pobreza.

Quem é Sergio Massa

Massa é peronista, ou seja, pertence à corrente política herdeira do ex-presidente Juan Domingo Perón, que foi presidente da Argentina três vezes no século 20.

Ele foi ministro dos governos de Néstor e Cristina Kirchner, mas rompeu com os aliados e tentou se estabelecer como um peronista não kirchnerista. Em 2015, ele se lançou como candidato de oposição ao governo de Cristina, mas acabou perdendo para um outro opositor, Maurício Macri.

Brasil e Argentina

A expectativa da equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo segundo turno é que, em uma etapa final, haja um debate mais equilibrado para o futuro da Argentina.

Massa já afirmou que quer implementar políticas para recuperar o poder aquisitivo das famílias. Ele também disse que pretende implementar distribuição gratuita de medicamentos, incluir novos direitos nas leis trabalhistas.

Milei propõe dolarizar a economia do país, o que já foi tentado uma vez e não deu certo. Além disso, promete acabar com o Banco Central argentino e ameaça até romper relações com o Brasil.

Com texto e pesquisa de Julia Lordelo e Rodrigo Daniel Silva, a Rádio Metropole produziu uma reportagem especial sobre o pleito (escute aqui).