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Governo inglês aprova extradição de Assange para os Estados Unidos

Internacional

Governo inglês aprova extradição de Assange para os Estados Unidos

Jornalista é acusado nos EUA de 18 crimes, incluindo espionagem

Governo inglês aprova extradição de Assange para os Estados Unidos

Foto: Ministério das Relações Exteriores do Equador

Por: Metro1 no dia 17 de junho de 2022 às 15:22

A extradição do fundador do WikiLeaks, Julien Assange, para os Estados Unidos foi aprovada pela ministra britânica do Interior, Priti Patel, nesta sexta-feira (17). A defesa do jornalista tem agora 14 dias para recorrer da decisão. Julian Assange é acusado, nos Estados Unidos, de 18 crimes, incluindo espionagem.

O Ministério britânico do Interior disse que os tribunais do Reino Unido decidiram que a extradição não seria "incompatível com os direitos humanos" e que, enquanto estiver nos EUA, "ele será tratado da forma correta".

A defesa do fundador da WikiLeaks já confirmou que irá recorrer. "O caminho para a liberdade de Julian é longo e tortuoso. Hoje não é o fim da luta. É apenas o começo de uma nova batalha legal", lê-se na declaração da defesa. A defesa pode, assim, recorrer ao Tribunal Superior de Londres, que deve dar o seu aval para que o recurso avance.

Stella Assange, esposa do fundador do WokiLeaks, anunciou que vai recorrer a todos os meios legais para combater a extradição do marido.

A defesa pode, em última instância, tentar levar o caso ao Supremo Tribunal do Reino Unido, mas se o recurso for negado, Assange deve ser extraditado em 28 dias.

A defesa do jornalista e ativista australiano diz que "este é um dia sombrio para a liberdade de imprensa e para a democracia britânica". "Qualquer um neste país que se preocupa com a liberdade de expressão deveria estar profundamente envergonhado com o fato de o Ministério do Interior ter aprovado a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, o país que planejou o seu assassinato", afirma.

Entenda o caso - O jornalista australiano, de 50 anos, é acusado pela justiça norte-americana de 18 crimes, incluindo espionagem devido à publicação de mais de 700 mil documentos secretos relacionados às guerras do Iraque e do Afeganistão. O fundador da WikiLeaks arrisca, assim, pegar até 175 anos de prisão caso seja considerado culpado.

O início da saga legal que envolve Assange remonta a 2010, quando a Suécia pediu a extradição do fundador da WikiLeaks da Grã-Bretanha por alegados crimes sexuais. Depois de ter saído derrotado do caso, em 2012, Assange refugiu-se na embaixada do Equador em Londres, onde permaneceu durante sete anos.

Em 2019, o ativista foi detido e transferido para a prisão de alta segurança londrina de Belmarsh, no sudeste da capital britânica, onde permanece até hoje.

Anistia Internacional - Em reação à decisão da ministra inglesa, a Anistia Internacional sublinhou a mensagem negativa que a extradição de Assange transmite ao jornalismo mundial e lembrou que o fundador do WikiLeaks fica exposto a “grande risco”.

“Permitir que Julian Assange seja extraditado para os Estados Unidos da América coloca-o em grande risco e envia uma mensagem arrepiante aos jornalistas em todo o mundo”, considerou Agnes Callamard, secretária-geral da organização.