Economia
Campos Neto diz que "ruídos" motivaram interrupção nos cortes de juros pelo Banco Central
Chefe da autoridade monetária explicou motivação do Copom para manter Selic em 10,5% após sete reduções consecutivas
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (2) que a interrupção do ciclo de quedas nos juros, decidido na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), teve como uma das motivações "ruídos" em relação a expectativas sobre a trajetória fiscal e política monetária do país.
"Isso (queda de juros) teve muito mais a ver com muitos ruídos que criamos do que com os fundamentos. E os ruídos estão relacionados a duas coisas, uma é a expectativa na trajetória da política fiscal e a outra é a expectativa sobre futuro da política monetária. Quando tivemos esses dois ao mesmo tempo, isso criou incerteza suficiente para nós", afirmou ele.
Campos Neto atribuiu a existência dos ruídos ao desalinhamento entre os dados fiscais e a expectativa de melhora de indicadores econômicos. "Precisávamos interromper e ver como podemos consertar as expectativas e nos comunicar melhor para que possamos eliminar esses ruídos, porque existe uma grande desconexão com os dados atuais, tanto os dados fiscais e de inflação quanto a expectativa. Então o que aconteceu no Brasil é que a expectativa começou a se ancorar, mesmo que os dados atuais estejam vindo conforme o esperado", completou.
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.