Cultura
BaianaSystem ressalta importância de discurso político: 'Não tem como não se posicionar'
Em entrevista à Rádio Metrópole, Russo Passapusso e Roberto Barreto também falaram sobre respeito às tradições musicais e abordaram as controvérsias ligadas ao Carnaval de Salvador
Foto: Tácio Moreira / Metropress
O vocalista Russo Passapusso e o guitarrista Roberto Barreto, que integram o BaianaSystem, ressaltaram o discurso político como parte fundamental do trabalho do grupo, em entrevista à Rádio Metrópole, hoje (22). A banda realiza neste sábado (24) o Baile Arapuca, na Área Verde do Othon, com participação do rapper Rincon Sapiência e abertura do MiniStereo Público.
"A gente tem uma posição política na vida, nos shows eu sempre digo que 'isso não pode ser só um show', a galera acha até estranho. Eu acho que a gente tem que ser verdadeiro com a gente mesmo, a música se percebe muito quando você está agindo com verdade. O samba-reggae é o princípio, eu vim do interior, mas quando cheguei na capital entendi o samba-reggae como a régua e o compasso da situação, pergunta e resposta. E se você está perguntando, você tem que estar preparado para ouvir todo tipo de resposta possível. Então, a postura política do Baiana vem do recorte das nossas vidas, mesmo, ali. Não dá para evitar", afirmou Russo, sem deixar de frisar a importância da poesia nesse processo. "Você não tem como não se posicionar sobre tudo que tem sido colocado. Tem sempre uma esquerda e uma direita em qualquer coisa, e isso vai valer em todos os campos. As discussões sobre a cidade, sobre carnaval, tudo isso passa por coisas políticas e é muito natural esse posicionamento", completou Roberto.
Durante a entrevista a Chico Kertész e James Martins no Jornal da Cidade, Beto e Russo também falaram sobre a importância do respeito às tradições musicais e abordaram as controvérsias e burocracias relacionadas ao atual modelo do Carnaval de Salvador.
"Para a gente, o interessante é estar no carnaval. Não interessa se é prefeitura, governo, não sei o quê, e a viabilidade disso é que é sempre um problema. As mesmas questões de sempre, a coisa das ordens das atrações, quem define isso, quem faz isso, os interesses disso. E muitas vezes a gente fica no meio disso. Se a gente sai um ou cinco dias, não depende da gente. Então, é um jogo que fica sempre ali e a gente sente a importância do carnaval, para a gente e pras pessoas, como aconteceu esse ano, que a gente só saiu um dia. Até hoje a gente ouve pergunta sobre isso", disse Beto.
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.