
Cultura
O Grau: mini-barbearias e barber-trucks viralizam em Salvador
Projetados com criatividade, equipamentos têm tamanho mínimo, mas capricho máximo para oferecer o melhor aos fregueses

Foto: Tácio Moreira/ Metropress
"O cabelo cresce porque cresce", diz o verso de Arnaldo Antunes. Mas, se depender dos barbeiros de Salvador, o seu cabelo só cresce se você quiser. Uma tendência na cidade são as mini-barbearias e as barbearias-truck, modos criativos que a galera que dá o grau inventou para se livrar do aluguel e do patrão com uma cajadada só. Na entrada do Sieiro, Maicon Machado, 31, montou a "Barber Shop Maicon Móvel", barbearia-trailer em estilo food truck.
"Aqui eu faço tudo, corto, escovo, prancho...", diz ele, que é profissional há 8 anos e há 1 abriu o próprio negócio. "O pessoal me parabeniza pela criatividade, já que trailer é mais associado a lanche. Tenho clientes que vêm de longe, os fiéis...", orgulha-se. O corte na mão dele sai por R$ 10 (máquina) e R$ 15 (tesoura). O Maicon Móvel disponibiliza cadeiras de espera e máquina de cartão de débito e crédito para garantir o conforto do freguês.
Maicon instalou uma maquininha de crédito e débito para facilitar a vida dos clientes
Ali perto, na Travessa Florêncio Correia, entrada da Central, na Liberdade, também sobre rodas está a Barbearia Yahweh, com ar-condicionado e tudo mais. E, dando mais alguns passos, o eventual freguês pode também dar o grau com Robson, barbeiro há 14 anos, que improvisou seu ponto em uma garagem. O preço é o mesmo: R$ 10 e R$ 15, de máquina ou tesoura, respectivamente. Robson costuma marcar com os clientes pelo whatsapp.
Na Barbearia Estilo Livre, no muro do Col. Duque de Caxias, é só puxar o toldo e já foi
E se tem uma base forte dessa tendência, com certeza é entre os bairros IAPI e Pau Miúdo. Sem favor, podemos chamar a região de Praça do Grau, de tanto que chama atenção a quantidade de mini-barbearias em estruturas de zinco espraiadas ao longo das vias. Na rua Marquês de Maricá está talvez a pioneira dessa seara: a Barbearia Stillo, ali há 17 anos. Hoje aos cuidados de Jeferson Bartolomeu, 38, o ponto, frequentado pelos músicos do Sayddy Bamba, já foi tocado pelo pai e pelo tio do rapaz. O pé do cabelo sai por módicos R$ 5. Já o corte é um pouco mais caro que o normal: R$ 12 (máquina) e R$ 17 (tesoura): o preço da experiência.
Jeferson Bartolomeu herdou o ofício e o ponto do pai e do tio...
...Já Joarlei Santiago abriu o próprio negócio há apenas um mês, também no Pau Miúdo
Na outra ponta do arco e, por coincidência, no final da mesma rua, Joarlei Santiago, 26, abriu o próprio negócio há apenas um mês. Ele, que trabalhou como funcionário por 3 anos, já nota a diferença principal de ser dono do próprio nariz. "Aumenta a responsabilidade, não é mais só chegar, cortar e receber o salário. Agora eu tenho que calcular o lucro, o que será investido, cuidar do local etc.", diz. Obstinado, o rapaz já pensa em expandir, mas por ora, garante que está bem aqui: "Estou feliz, na batalha". Veja vídeo:
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