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Cultura
Morre Nadinho, o mais antigo alabê do terreiro do Gantois, aos 94 anos
Ligado à saudosa Mãe Menininha do Gantois, ele foi responsável pela condução do Xirê nas cerimônias da casa
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Foto: Divulgação
Morreu nesta segunda-feira (1°), o mais antigo alabê do Ilê Iaomim Axé Iamassê, o conhecido Terreiro do Gantois, Reginaldo da Cunha Santos, Nadinho, aos 94 anos. O sepultamento ocorreu ontem (2), às 16 horas, no cemitério do Campo Santo.
Nas redes sociais, Zeno Millet (Baba Egbé Otum), filho de Mãe Cleusa e neto de Mãe Menininha do Gantois, registrou a passagem de Nadinho, referência para tantos, como o músico Gabi Guedes, com as seguintes e bem medidas palavras:
"Hoje o terreiro do Gantois perdeu o último alabê (responsável pelos toques rituais de atabaques) de uma geração de ouro para esta função. Filho de Obaluaye, Nadinho era parte de um grupo de excelência que guardava peculiaridades que transcendiam o gesto das mãos no couro do instrumento. Da indumentária - quase sempre impecáveis ternos inteiramente brancos em determinadas cerimônias - ao gestual e ao acatamento estrito às determinações da Iyalorixá (sacerdotisa), no caso, Mãe Menininha. O atabaque do candomblé tem, entre outras atribuições, a tarefa de chamar o Orixá ao Ori (cabeça) do iniciado. E os alabês têm plena consciência deste nobre trabalho. Nadinho era, com honra e louvor, um desses. Siga em paz caro Nadinho. Muito obrigado. Com a permissão da família presto essa homenagem a este ALABÊ".
Nadinho foi por muito tempo o responsável pela condução do Xirê (a sequência das músicas/cantigas para cada orixá) no Gantois. Na função, foi também um dos mestres de Iuri Passos, o idealizador do projeto sócio-cultual Rum Alagbê, cuja finalidade é a formação musical do público infanto-juvenil para salvaguarda da memória e, consequentemente, a preservação do patrimônio imaterial afro-brasileiro.
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