Baiano de 24 anos leva segundo filme ao Festival de Cannes e celebra representatividade do cinema local

Imagine aos 24 anos já ter levado dois filmes ao maior festival de cinema do mundo. O que parece impossível, ou um feito reservado a quem nasce nas famílias mais consagradas de Hollywood, aconteceu com um baiano. Aos 24 anos, o cineasta Eduardo Tosta já está preparando as malas para levar seu segundo curta metragem ao Festival de Cannes, na França. Em conversa com o Metro1, o artista celebra. “Você precisa ser a primeira pessoa a acreditar em si mesmo", diz sobre o feito. 

A obra, criada por Eduardo, e que vai representar a Bahia na Europa é Camaleoa, um curta-metragem de terror criado e filmado ainda durante a pandemia de Covid-19. “A primeira ideia veio ainda na pandemia. Todo processo inicial, desde o filme ser escrito, ensaiado, e todas as reuniões foram feitas de maneira online, que torna tudo diferente”, lembra. 

No filme, a protagonista Salma - vivida pela atriz Isadora Mesquita - está completando seus 22 anos em meio a uma mudança de endereço, e o que parece uma situação simples é usada para falar do medo de amadurecer “Eu sempre fui fascinado pelo que passa na nossa cabeça quando se fala de mudanças, as exigências pelo amadurecimento, todas as incertezas”, detalha o cineasta. 

Camaleoa foi aceito na mostra “Short Film Corner”, reservada para os curta metragens e será exibido, pela primeira vez, no dia 24 de maio. Eduardo e Isadora - protagonista do curta - estarão na França para acompanhar a estreia e conhecer outros cineastas. A obra também já foi aceita no Barcelona Indie Festival e deve ainda ser inscrita em outros festivais no Brasil e no mundo. Um dos desejos é que o filme seja exibido, também, no Panorama de Cinema, que acontece em Salvador. “Pra poder reunir os amigos e todo mundo ir ver o filme na tela grande”, espera o jovem. 

Com o segundo filme, esta vai ser a primeira vez que o baiano viajará para acompanhar o evento presencialmente. Em 2021, quando foi aceito com o curta de animação ‘Maratonista de Quarentena’, não pôde viajar por conta das restrições causadas pela pandemia. “Eu encaro essa segunda oportunidade como mais uma reafirmação, de acreditar mais no que eu faço, de ver a importância, de ver que é possível. É o maior festival de cinema do mundo, que consegue sair um pouco das produções hollywoodianas”. 

Para o artista, a ida ao festival representa uma janela valiosa de visibilidade não só para ele, mas para o cinema baiano. "É muito bom poder falar sobre o que está acontecendo aqui. A gente tem essa missão de descentralizar do eixo Rio-São Paulo, É possível fazer cinema aqui. Continuar trazendo o cinema baiano para o holofote é exatamente o que a gente precisa fazer”, defende.

Veja o trailer do filme: