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Coreógrafa revela que dança de "Zona de Perigo" de Léo Santana foi criada no aeroporto e rejeitada pelo cantor

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Coreógrafa revela que dança de "Zona de Perigo" de Léo Santana foi criada no aeroporto e rejeitada pelo cantor

Portal Metro1 entrevistou a coreógrafa Edilene Alves, responsável pela dança que viralizou, para conhecer os bastidores da criação de maior sucesso do Carnaval

Coreógrafa revela que dança de "Zona de Perigo" de Léo Santana foi criada no aeroporto e rejeitada pelo cantor

Foto: Eder Mota/Divulgação

Por: Gabriel Amorim no dia 09 de abril de 2023 às 07:02

Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Xanddy Harmonia, Saulo, Margareth Menezes e Léo Santana. O que poderia ser um line up de peso para qualquer festa de axé é, na verdade, o currículo da bailarina e coreógrafa Edilene Alves. Se você não reconhece o nome, com certeza vai reconhecer uma das coreografias mais recentes criadas por Edilene. São dela os movimentos que ajudaram a música 'Zona de Perigo' estourar e acabar levando o título de música do Carnaval em 2023.  

Passado o burburinho dos trios elétricos que repetiram em looping os versos para uma multidão que, do chão, repetia os movimentos criados por Edilene, a artista ainda ganhou de presente mais um momento especial proporcionado pelo seu trabalho com o hit. Em uma participação de Léo Santana no programa Domingão com Huck, ocorrida no último mês de março, a coreógrafa foi ovacionada pela plateia lotada do dominical ao ser apresentada pelo cantor como a responsável pelos movimentos que o país inteiro sabe repetir. “Eu não esperava, no programa tudo é muito corrido, já estava sendo uma emoção imensa ver a plateia dançar, mas ter aquele reconhecimento em rede nacional, não sei explicar a emoção que eu estava sentindo", diz ela.

O Metro1 conversou com a artista para conhecer melhor os bastidores da criação de maior sucesso desse Carnaval e para saber um pouco mais da trajetória da bailarina por trás da criação. Entre as descobertas, estão um prazo de dois ou três dias para montar a coreografia e uma rejeição inicial do patrão Léo Santana aos movimentos que se tornaram febre. “Léo entende hoje que a coreografia foi uma grande impulsionadora da música”, diz Edilene.

Responsável pelas coreografias de Léo Santana desde 2016, Edilene lembra que dançar pagode não era o sonho inicial. Envolvida com a dança desde criança, ela começou pelas danças afro e se profissionalizou no Balé Folclórico da Bahia. Em 2009, foi eleita deusa do Ébano do Ilê Ayé e logo depois recebeu o convite para integrar temporariamente o balé do Parangolé, que ainda era liderado pelo próprio Léo. Não aceitou de imediato. “Eu sempre fui da sala de aula, da base técnica, então fiquei receosa para mim ia muito de encontro com o que eu fazia, eu tinha muito medo de como as pessoas iam enxergar”.

Depois de anos dançando ao lado do 'gigante', chegou o desafio de coreografar 'Zona de Perigo'. A música não era o foco do trabalho na gravadora naquele momento. Léo tinha acabado de lançar 'Não se vá' em parceria com Pedro Sampaio. “Eu estava já no avião indo para um show, e ele me manda a música dizendo que queria lançar em Recife no domingo, era quinta-feira”, lembra. “Fui ouvindo no voo e quando cheguei no aeroporto já passei para o balé. Queria algo que fosse acessível a todos os corpos e que pudesse ficar apresentável no tempo que tinhamos”, detalha.

A coreografia foi gravada ali mesmo no aeroporto e enviada para o cantor, que inicialmente rejeitou as ideias. “Ele disse que não era aquilo, depois ainda fomos no camarim dele antes do show, saber se queria mudar algo,fomos daquele jeito porque não tinha tempo e imediatamente já tinha uma avalanche de vídeos”, diz Edilene, ao contar que hoje a situação é motivo de piada entre eles. “Sempre que eu posso eu brinco: tá vendo era a coreografia que você não queria”.

A coroação final, para a artista, foi justamente a homenagem feita por Léo no programa da Globo. “Uma mulher preta candomblecista, só de estar dançando ao lado dele já representa muito e ter aquele reconhecimento então…”. Apesar do sucesso, não existe pressão por entregar um novo hit. “Eu penso em entregar trabalhos de qualidade mas não vou por esse caminho do hit. Às vezes a gente faz um trabalho e acha que vai estourar, e o que estoura é o que a gente faz correndo e faz um sucesso danado”, acredita a artista.