"Podemos estar criando a primeira geração sem memória afetiva", diz apresentadora do Catavento

As apresentadoras do programa infantil Catavento, Maria Menezes e Aicha Marques falaram sobre as motivações que as levaram a elaborar o projeto. Para a atriz Aicha, o tempo de exposição de crianças às telas pode desencandear uma "geração sem memória afetiva".

A atriz explicou que estudos mostram que a criação de memórias está muito relacionado às nossas experiências sensoriais e que a imersão nas telas tem tirado isso das crianças. "A tela interativa, você tem que parar tudo para ver. Você tem que sentar. E sentar hoje é como se fosse o açúcar do século passado", analisou, ao comparar esse hábito com um vício. 

Maria Menezes complementou que o problema em si não são as telas. As crianças - e os pais - podem assistir filmes, por exemplo, mas não devem sobrepor o uso das telas às outras interações sociais. "[O problema] é passar o dia todo no joguinho e na rede social", afirmou Maria, ao pedir que os pais deem exemplo aos filhos. 

Para Aicha Marques e Maria Menezes, o programa foi a solução encontrada para oferecer novas experiências sensoriais às crianças. "O rádio é uma redução de danos. O rádio em si, o meio, não tem nenhum registro de afetar a sua cognição, não diminui sua atenção", diz Aicha.

Catavento é o novo programa infantil que será transmitido pela Rádio Metropole. A cada semana, uma nova história será contada, com o intuito de exercitar a imaginação dos pequenos, usando a audição como o único sentido.