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Ipac considera "caluniosa" denúncia feita por biógrafa sobre retirada de acervo de Frans Krajcberg

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Ipac considera "caluniosa" denúncia feita por biógrafa sobre retirada de acervo de Frans Krajcberg

Em entrevista à Rádio Metropole, na última sexta-feira (29), Renata acusou o Ipac de abandono com as obras do artista, além de estarem retirando ilegalmente parte do acervo de Krajcberg de seu local de origem

Ipac considera "caluniosa" denúncia feita por biógrafa sobre retirada de acervo de Frans Krajcberg

Foto: Divulgação

Por: Metro1 no dia 30 de abril de 2022 às 10:20

Em resposta às declarações feitas pela jornalista Renata Rocha, biógrafa do artista polonês Frans Krajcberg, o diretor-geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), João Carlos de Oliveira considerou suas denúncias como "caluniosas". Em entrevista à Rádio Metropole, na última sexta-feira (29), Renata acusou o Ipac de abandono com as obras do artista, além de estarem retirando ilegalmente parte do acervo de Krajcberg de seu local de origem para ser emprestado a uma exposição em São Paulo.

Por meio de nota, o Ipac negou tal descaso. "O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) vem desenvolvendo diversas ações que vão desde catalogação, a serviços de higienização e descupinização das obras", diz trecho do comunicado, que detalha ainda as ações realizadas.

Com relação à exposição em São Paulo, citada pela jornalista, o Ipac confirmou que obras de Frans Krajcberg foram retiradas do Sítio Natura para serem expostas no MuBe. Porém, negou haver qualquer tipo de ilegalidade na ação. 

"Para realizar a exposição, a equipe do Ipac, juntamente com a equipe do MuBe, passou 16 dias em Nova Viçosa na realização dos trabalhos de catalogação e recuperação das obras de Krajcberg e do Sítio Natura. Foram mais de 40 pessoas envolvidas, muitas da própria região na missão de preservação do acervo", afirma trecho da nota.

Já com relação às denúncias contra o Ipac que estão correndo junto ao Ministério Público Estadual (MPE) e Ministério Público Federal (MPF), o instituto considerou-as como "infundadas". O diretor-geral do Ipac, João Carlos de Oliveira ainda acusou a jornalista Renata Rocha de produzir calúnias. 

Segundo a nota, "o espólio teve contra si uma Ação de Reconhecimento de União Estável pos mortem, tendo como autora Renata Rocha Silva". “No entanto, é importante salientar que, no ato do Testamento, o artista plástico declarou que não possuía herdeiros e/ou companheira. Nesse contexto, interessados têm sido fontes de matérias jornalísticas que relatam denúncias caluniosas no intuito de defender anseios pessoais e escusos, em detrimento do interesse público objeto da Escritura Pública de Doação”, explicou Oliveira.

Confira a nota completa do Ipac: 

Ipac realiza ações para salvaguardar e preservar acervo doado por Frans Krajcberg ao Governo do Estado
Com o objetivo de salvaguardar e preservar o acervo doado pelo artista polonês Frans Krajcberg ao Governo do Estado da Bahia, através da Escritura Pública de Doação com encargos e Cláusula de Usufruto, no dia 2 de junho de 2009, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) vem desenvolvendo diversas ações que vão desde catalogação, a serviços de higienização e descupinização das obras. 

As atividades começaram logo após o falecimento do doador Frans Krajcberg, no dia 15 de novembro de 2017, quando iniciou-se a 1ª etapa de inventário e catalogação do acervo, no período de 21 a 24 de novembro de 2017. Nesse mesmo período, a autarquia contratou serviços de Vigilância e Segurança Patrimonial para o Parque Museu Ecológico Frans Krajcberg, firmado com a empresa Sevmax Vigilância e Segurança LTDA, tendo em seu escopo posto de vigilância armado e posto de ronda motorizada, com o valor mensal orçado em R$ 64.138,00. Posteriormente, tal responsabilidade foi capitaneada pela Secretaria de Cultura do Estado (SecultBa), órgão ao qual o IPAC é vinculado.

Entre fevereiro e março de 2018, o IPAC deu continuidade ao trabalho de inventário de todo o acervo, incluindo as obras de arte, mídias, artesanato, equipamentos e publicações; além de realizar vistoria e avaliação dos materiais do Sítio Natura, em Nova Viçosa. A equipe realizou ainda a higienização mecânica de alguns objetos, mudança de espaço para garantir um melhor acondicionamento e conservação, bem como a contratação da empresa Wellington da Silva Santos para serviços de descupinização de todas as obras do acervo.

No mês de dezembro de 2018, o Instituto de Patrimônio realizou visita técnica aos imóveis doados. Na oportunidade, a autarquia realizou a supervisão técnica do serviço de descupinização; apoio técnico no manuseio e na higienização mecânica das obras tridimensionais; realização do arrolamento do material de Frans Krajberg oriundo da França; levantamento da quantidade de obras e do estado de conservação do acervo do artista. O inventário inicial indicou a existência de itens que vão desde objetos pessoais a esculturas de grande porte.

Segundo o diretor geral do Ipac, João Carlos de Oliveira, o diagnóstico constatou o mau acondicionamento, até aquela data, das obras. “Apesar da intervenção emergencial de descupinização realizada no local, é visível o risco de infestação de agentes xilófagos, bem como o ambiente úmido das estruturas. Portanto, intensificamos os investimentos nos cuidados para preservação desse bem tão importante para toda Bahia”, disse.

Em 2019, o IPAC firmou contrato com a empresa Tecnocret Engenharia LTDA para a realização do Levantamento Topográfico, Planialtimétrico e Cadastral do Sítio Natura, e em março de 2020, mesmo com o advento da pandemia do covid-19, o Instituto realizou visita técnica ao Sítio e ao acervo com o objetivo de acompanhar a equipe do Instituto Pedra.

Parcerias

Para que as obras doadas ao Estado obtivessem a adequada identificação, manutenção e salvaguarda do acervo artístico, audiovisual, pessoal e documental de Frans Krajcberg, o Instituto Pedra apresentou e aprovou no Programa Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC) a captação de cerca de R$ 877 mil. Dentre as atividades do órgão, estão a realização de detalhamento do inventário, higienização preventiva, acondicionamento emergencial do acervo completo, e, em casos extremos, uso de materiais e ferramentas para adoção das medidas necessárias para a salvaguarda de obras em risco iminente.

O Instituto Pedra produziu ainda relatório para Sistema de Combate a Incêndio do Sítio Natura Frans Krajcberg, em que aborda as medidas preventivas contra incêndio para as edificações existentes no sítio; e outras medidas adicionais que poderão ser empregadas em razão da particularidade de cada estrutura ou acervo a ser considerado, bastando avaliar a viabilidade econômica para sua implantação.

“Diante de todos os fatos elucidados, é evidente a atuação do IPAC de forma cronológica e continuada, com o propósito à conservação, salvaguarda e preservação do acervo e dos bens do artista Frans Krajcberg, desde a doação ao Governo do Estado da Bahia”, afirmou o diretor geral. 

Exposição no MuBe

Em homenagem ao centenário de Frans Krajcberg, o MuBE realiza, de 07 de maio a 31 de julho, em parceria com o Ipac, a exposição histórica e antológica “Frans Krajcberg: por uma arquitetura da natureza”, com curadoria de Diego Matos, curador-chefe do Museu. A mostra contará com obras de diversos lugares como do Sítio Natura, em Nova Viçosa (BA). Ao todo serão cerca de 160 trabalhos entre esculturas, pinturas, desenhos, gravuras e objetos.

Para realizar a exposição, a equipe do Ipac, juntamente com a equipe do MuBe, passou 16 dias em Nova Viçosa na realização dos trabalhos de catalogação e recuperação das obras de Krajcberg e do Sítio Natura. Foram mais de 40 pessoas envolvidas, muitas da própria região na missão de preservação do acervo.

Testamento

A abertura do testamento e seus desdobramentos encontram-se sob os cuidados da Procuradoria Geral do Estado (PGE). Tem ocorrido denúncias infundadas junto à imprensa e aos Ministério Público Estadual (MPE) e Ministério Público Federal (MPF) sobre o acervo e a propriedade, bem como tentavas de praticar ações de gestão do espólio.

O espólio teve contra si uma Ação de Reconhecimento de União Estável pos mortem, tendo como autora Renata Rocha Silva. “No entanto, é importante salientar que, no ato do Testamento, o artista plástico declarou que não possuía herdeiros e/ou companheira. Nesse contexto, interessados têm sido fontes de matérias jornalísticas que relatam denúncias caluniosas no intuito de defender anseios pessoais e escusos, em detrimento do interesse público objeto da Escritura Pública de Doação”, explicou Oliveira.