Vote na disputa pelo Prêmio PEBA para piores empresas da Bahia>>

Sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp

Home

/

Notícias

/

Cultura

/

Em meio à crise, Circuito Saladearte completa 21 anos e faz 'vaquinha' para reabrir cinemas

Cultura

Em meio à crise, Circuito Saladearte completa 21 anos e faz 'vaquinha' para reabrir cinemas

Gerente Marcelo Sá se diz "otimista", com mais de 20% do valor arrecadado em seis dias

Em meio à crise, Circuito Saladearte completa 21 anos e faz 'vaquinha' para reabrir cinemas

Foto: Marcelo Sá

Por: Adele Robichez no dia 07 de julho de 2021 às 10:09

Completando 21 anos nesta quarta-feira (7), o Circuito Saladearte, fechado há um ano e quatro meses, está enfrentando dificuldades para se manter aberto. Para evitar o fechamento definitivo, o importante projeto cultural de Salvador está realizando uma campanha de arrecadação, que ficará disponível para receber doações até o dia 10 de agosto.

O produtor cultural e gerente do Circuito, Marcelo Sá, falou, em entrevista ao Metro1, que está “muito otimista” em relação à captação de recursos e responsabilizou o governo federal e os poderes estadual e municipal pelo que chama de “tragédia cultural”.

“Estamos fechados desde o início da pandemia. É uma tragédia na área cultural. Estamos em evidência agora somente por causa da campanha, mas estamos aos pedaços, aos frangalhos. O cinema só existe presencialmente”, declara Sá. 

O Circuito Saladearte é composto por quatro importantes espaços de exibição de cinema na capital: no Cine Vivo, do Shopping Paseo Itaigara; no Cinema da Ufba, no Canela; no Cinema do Museu, na Vitória; e no CineMAM, no Solar do Unhão.

Segundo o gerente, as leis culturais tiveram “atrasos” e “buracos”. Além disso, ele diz que o governo federal tem uma grande parcela de culpa na falta de apoio à cultura. “O governo federal atrapalha, não é questão política, é questão humana. Esse presidente é um monstro”, avalia. E completa com críticas à prefeitura de Salvador. “Fizeram o fechamento tão radical dos cinemas e teatros que viramos vilões. O comércio reabriu, tudo é adaptado, mas a cultura não”, questiona.

Apesar das dificuldades durante todo o período da pandemia, o produtor cultural conta que esperou “o momento certo” para lançar a campanha, com o avanço da vacinação na capital. Segundo ele, o dinheiro arrecadado seria suficiente apenas para a reabertura das salas. “O funcionamento depende da bilheteria, dos clientes”, afirma. A primeira etapa tem o objetivo de arrecadar 300 mil e as duas seguintes, 50 mil cada.

Em seis dias, a campanha já arrecadou mais de 20% do valor esperado. Sá diz que tem mantido o otimismo. “Eu só pinto quadro colorido. A gente está muito otimista. Da forma que está sendo feito, com recompensas, é uma dinâmica que impede que eu pense o contrário”, diz. A ação, realizada através da plataforma de financiamento coletivo Benfeitoria, oferece uma série de presentes, como livros, artes plásticas e ingressos para quem participar.