Cultura
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Ignácio de Loyola Brandão critica governo Bolsonaro por 'abandono total da população'
Escritor reforça que literatura realista tem significado a necessidade de retratar o horror da realidade
Foto: Metropress
O escritor e jornalista de Araraquara (SP) Ignácio de Loyola Brandão, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), comentou o atual noticiário político do país e como a gestão de Jair Bolsonaro é prejudicial ao Brasil. Em entrevista a Mário Kertész hoje (11), durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, ele afirmou que o governo abandonou a população à própria sorte diante da pandemia de coronavírus.
"Essa mistura de não-partidos, porque essas coisas não são partidos, e essa briga sem fim do presidente com o mundo. O problema dele é com o mundo, com ele mesmo, com o interior dele e as incoerências dele e incapacidade. Não temos governo. Estamos no segundo ano de governo dele e não temos nada. O abandono total da população no momento mais grave que o Brasil já passou", comentou Ignácio.
"240 mil mortos. É a cidade de Araraquara e mais um pouco, a cidade que eu nasci. Onde vai tudo isso? Centrão na mão. O Centrão é a coisa mais vil e corrupta que se conhece desde que se formou esse Centrão. Eu não entendo nada", acrescentou.
O escritor ainda narra o processo criativo de um novo livro, onde ele traz acontecimentos recentes e propõe novas discussões. "Em meu livro novo que estou tentando escrever, é um sujeito sozinho em uma praça porque acabou tudo. Passam por eles os motoqueiros, as únicas coisas que existem na cidade. Eles param para conversar com esse homem, que não tem idade. Aí um dia o homem estoura com eles. Tenho três páginas de pessoas perguntando: 'Evaristo, o que está acontecendo?'. O Brasil inteiro, não são poucos, 200 e tantos milhões, perguntando o que está acontecendo, exclui disso aqueles que seguem fielmente o mito. Eu diria o vô+mito. Vômito", ironizou o comunicador.
Ignácio ainda afirma que o estilo literário que se propor a fazer uma releitura da realidade precisará de muito estudo. "A fantasia é fundamental em nossa vida. Vou continuar a viver dela. Não vejo sentido em fazer uma literatura realista hoje. Significa o quê? O mesmo horror", declarou.
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