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Caso Cátia Raulino: suposta jurista apresentou ‘diplomas’ a faculdade de Alagoinhas
O coordenador do curso de Direito da unidade de ensino, Leandro Carvalho Sanson, se mostrou surpreso com as denúncias e não quis mais contratá-la
Foto: Reprodução
A Faculdade do Santíssimo Sacramento, em Alagoinhas, deixou de contratar Cátia Raulino após as acusações sobre plágio e fraudes serem divulgadas pelo Metro1. Em entrevista ao portal na tarde de hoje (27), o coordenador do curso de Direito da unidade de ensino, Leandro Carvalho Sanson, mostrou-se surpreso com as denúncias e disse que a suposta jurista encaminhou cópias do que seriam os seus diplomas.
"Acompanhei na imprensa. Primeiramente, ela estava em processo de contratação conosco. Não chegou a ser efetivada, em virtude de que todos fomos surpreendidos com as notícias que apareceram. Aconteceu bem na nossa segunda semana de semestre. Fomos pegos de surpresa. Não é algo tão corriqueiro. Foi algo que nos surpreendeu, tanto o corpo docente, quanto a direção. Logo, quando tomei notícia no mesmo dia, entrei em contato com a professa e tive uma conversa tranquila. Ouvi ela e expliquei, e ela prontamente entendeu que ficava inviável o processo de contratação. São questão de conteúdo bem graves. Para termos acadêmicos, mais ainda. Ela entendeu e não demos sequência. Estava no início. Ela teria que vir para apresentar o original da documentação", disse.
Sanson não quis afirmar se as cópias eram autenticadas. "É de praxe não comentarmos informações de colaboradores e nem de pretensos, como estava nesse processo inicial, ela tinha encaminhado cópias via e-mail. A instituição só contrata mediante apresentação de original. Ela apresentou as titulações pertinentes ao currículo. Eu acompanhei de certa forma bem chocado”, analisou.
O coordenador do curso relembrou ainda como foi o primeiro contato com Cátia. "Ela chegou até nós, manifestando interesse, inclusive com recomendação de colegas que já trabalhavam com ela em outras instituições. Ficamos surpresos, tanto pela experiência em outras instituições", afirmou.
Questionado se acredita que as titulações são falsas, Sanson não quis opinar. "Não tenho como te dizer. Não sou perito forense. Qualquer declaração é suposição. A instituição está à disposição de qualquer órgão público. Como falei, ela não foi nossa colaboradora. Estávamos em tratativas. Não sei se é pertinente, mas as instituição estão à vontade", concluiu.
O Metro1 revelou que ela se apresentava como doutora, mestra e bacharel em direito, mas todas as universidades negaram a concessão de títulos acadêmicos a ela. Ontem, em depoimento à Polícia Civil, Cátia Raulino não apresentou os diplomas que diz ter. Segundo seu advogado, Fabiano Pimentel, foram entregues cards de palestras que mostram que ela nunca se apresentou como advogada.
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