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Em meio à pandemia, estudantes da Unifacs e Sartre COC pedem redução de mensalidades

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Em meio à pandemia, estudantes da Unifacs e Sartre COC pedem redução de mensalidades

No Sartre, um dos colégios mais caros da capital baiana, a instituição faz de conta que ensina e alunos não acreditam no que assistem

Em meio à pandemia, estudantes da Unifacs e Sartre COC pedem redução de mensalidades

Foto: Tácio Moreira / Google Maps

Por: Alexandre Galvão no dia 16 de abril de 2020 às 15:30

A quarentena de mães, pais e alunos que estudam no Sartre COC ou na Universidade Salvador (Unifacs) tem sido de angustia. Além da situação mundial, com o Covid-19, a cobrança integral de mensalidades pelas instituições contrasta com a dificuldade financeira que muitas famílias começam a atravessar. Não bastasse isso, alunos e responsáveis enxergam uma “demora proposital” das entidades em dar orientações sobre a situação financeira dos alunos. 

No Sartre, um dos colégios mais caros da capital baiana, a instituição faz de conta que ensina e alunos não acreditam no que assistem. Mãe de um estudante, que prefere não se identificar, afirma que o contato com a instituição tem sido “zero”. Ao Metro1, a instituição disse que está preocupada com os “desdobramentos”, mas se esquivou de responder ser vai baixar as mensalidades. 

“O contato por telefone é zero. Eles mandaram a gente baixar um aplicativo chamado binóculo, mas por lá não respondem nada. Eu pago mais de R$ 1.200 de mensalidade e meu filho está tendo aula pelo Youtube, com professores que não são os dele. Completamente monótono e sem nenhuma efetividade educacional”, reclamou. 

A queixa vai na linha de outra mãe ouvida pela reportagem que já sente muita dificuldade em honrar as parcelas do colégio. “Eles disseram que estavam aguardando posições governamentais. Quer dizer, só querem atender se for lei? Muitos pais trabalham em área comercial, colégios como o Anchieta e São Paulo estão discutindo como ajudar nas mensalidades”, relatou. 

As reclamações chegaram às redes sociais da escola. “O Sartre está nos deixando frustrados com o desinteresse em informar ou responder as famílias em relação a uma possível redução da mensalidade nesse momento tão difícil em que nosso país está passando”, relatou um pai de aluno. 

Unifacs – Na Universidade Salvador (Unifacs), as reclamações antigas ganharam força depois do início da pandemia causada pelo novo coronavírus. Em julho do ano passado, a instituição foi acusada de encerrar, unilateralmente, o desconto concedido a estudantes. Este ano, discentes pediram a suspensão do semestre vigente, por conta da "baixíssima" qualidade das aulas virtuais.

A queixa da vez é a demora – apontada por alunos como proposital – da instituição em trancar matrículas. “Enviei um e-mail para a Unifacs no último dia 7 de abril, vocês deram o prazo de 3 dias úteis para a resposta e até agora nada! Preciso cancelar a minha matrícula o quanto antes, e sinceramente estou decepcionado com a postura da Unifacs. Lembre-se alunos são clientes, e cliente insatisfeito é um problema! Não respondem os e-mails, não ligam, não dão a mínima”, diz um relato nas redes sociais. 

A demora acaba gerando novas cobranças. “Vamos ficar pagando valor integral? Sendo que estamos em um semestre online, tenham o mínimo de senso e respeito pelos alunos”, comentou uma estudante. 

Respostas – O Metro1 buscou as duas instituições para colher posicionamentos. Confira abaixo,na íntegra: 

Sartre Escola SEB

Reconhecemos as dificuldades econômicas provocadas pela pandemia do COVID-19 e nos preocupamos com os desdobramentos que ela está provocando em todas as áreas. Somos uma instituição que agrega quase mil colaboradores e temos uma enorme responsabilidade social, que está intimamente atrelada à receita proveniente das anuidades escolares. Estamos aguardando o entendimento do que está sendo tratado pelos respectivos sindicatos. Havendo novidades a respeito, utilizaremos nossos canais de comunicação para informá-las aos pais e/ou responsáveis.

A Unifacs enviou posicionamento após a publicação da matéria.

Comprometida com seu propósito e ciente do momento adverso e desafiador que todos estamos atravessando, a Universidade Salvador - UNIFACS não tem medido esforços para garantir o acesso de seus alunos a um ensino superior de qualidade. Por isso, diante das manifestações de estudantes acerca das aulas remotas, esclarece que:  

- disponibilizou a melhor plataforma de ensino remoto utilizada no mundo - a Blackboard, que pode ser acessada pelo computador, notebook, tablet ou celular. A plataforma permite atender todos os alunos presenciais com aulas remotas, mantendo toda a expertise da Rede Laureate;  
- todas as aulas ministradas na plataforma ficam disponíveis por uma semana e o aluno tem sua frequência garantida ao participar de um fórum para a verificação da aprendizagem do conteúdo disponibilizado, não havendo risco de perda de benefícios já adquiridos. Vale ressaltar que as aulas presenciais não foram substituídas por aulas online/EAD, já que o estudante interage com o professor e com a turma de forma síncrona, no mesmo dia e horário das aulas presenciais; 
- além do acesso às aulas, a universidade vem garantindo o funcionamento da Biblioteca Virtual, com acervo eletrônico de 25.000 e-books e mais de 100 base de dados com milhares de periódicos eletrônicos, além do Núcleo de Apoio Psicopedagógico, Núcleo de Estágio e Central de Atendimento ao Estudante;  
- antes realizados presencialmente, trancamentos ou cancelamentos foram temporariamente migrados para a modalidade on-line. O processo permite que o estudante realize o contato por e-mail, canal amplamente divulgado durante esse período;  
- a UNIFACS atua em linha com o que o Ministério da Educação, Ministério da Saúde e os demais órgãos competentes têm determinado sobre as restrições sociais impostas pela pandemia.  

A instituição reforça que as medidas adotadas visam garantir o acesso dos estudantes ao conteúdo programático do semestre, evitando, ao máximo, prejuízos com a postergação do calendário acadêmico. Além disso, conta com a dedicação de seus docentes, que não poupam esforços para garantir a mesma qualidade das aulas do ambiente físico no ambiente remoto.