Além de reajuste, cordeiros pedem pontos de apoio no circuito e reforço alimentício

Uma audiência com o objetivo de discutir as demandas dos cordeiros foi realizada nesta terça-feira (14), no Ministério Público do Trabalho (MPT), no Corredor da Vitória, em Salvador. A reunião desta manhã foi um diálogo inicial com blocos que ainda não possuem nenhum acordo firmado com a categoria. Por enquanto, entre as demandas da categoria, estão reforço alimentício e pontos de apoio nos circuitos. Questões relacionadas ao valor da diária serão tratadas diretamente com os blocos, incluindo uma reunião específica que acontecerá nesta tarde.

Durante o encontro, foi informado que no próximo dia 28 de janeiro deve ser firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com aqueles blocos que ainda não têm acordo e definido o aperfeiçoamento daqueles que já têm. O TAC, no entanto, não trata especificamente do reajuste de valores, mas serve como comprovação, junto aos órgãos públicos, de que os blocos pretendem garantir melhores condições de trabalho para os cordeiros de forma geral. Em entrevista ao Repórter Metropole, a procuradora do trabalho Rosângela Lacerda explicou a função do TAC.

“Eles [os blocos com cordas] precisam garantir um meio ambiente de trabalho sadio e seguro para esses trabalhadores, é preciso que sejam garantidos minimamente um lanche para esses trabalhadores, é preciso garantir o fornecimento de blusas que facilitem transpiração, é preciso garantir também um prazo para pagamento dessas diárias. E embora a gente não trate especificamente sobre o valor das diárias, a gente tem nesse documento [TAC], que a gente está buscando construir, justamente a garantia desses direitos trabalhistas”, esclareceu.

Avanço nas negociações
Entre os cerca de 20 blocos convidados para a audiência, apenas três estavam presentes. O MP destacou que, em futuras rodadas, o convite será transformado em notificação, evidenciando a necessidade de avanços nas negociações. Uma nova reunião está marcada para esta quarta-feira (15), quando estarão presentes blocos que já mantêm um diálogo mais avançado com a categoria. O objetivo é ajustar detalhes e finalizar os acordos para o Carnaval deste ano. 

Cobranças e diárias
Segundo o presidente do Sindicorda, Matias Santos, entre as reivindicações da categoria, estão reforço alimentício, dois pontos de apoio para que os trabalhadores possam trocar de roupas, além da prioridade nos portais de acesso dos circuitos. Essas questões serão definidas no dia 28. Já com relação ao reajuste da diária, o representante reforça que o pleito da categoria é de cerca de 30%, chegando a R$ 100 por dia. “A ideia é que se chegue a um valor escalonado de ano a ano, para que possa atender um valor que o cordeiro trabalhe na corda com dignidade”, finalizou.