Cidade
Sem coleta, lixo e moscas assustam moradores de Boipeba
Nas redes sociais, o tema também já levanta polêmica. “Falta pouco para o lixo chegar na Vila de Boipeba. Sinto muito, mas é lamentável”, alerta Adriano Amâncio, que é nativo da área e atua como guia. [Leia mais...]
Foto: Reprodução/ Facebook
Apesar das belíssimas praias e da vida pacata, a realidade da Ilha de Boipeba, localizada no município de Cairu, no baixo sul baiano, tem passado longe do conceito de sonho. O local, que constantemente figura nas listas de praias mais bonitas do Brasil, está com o título ameaçado por causa do acúmulo de lixo gerado por moradores e visitantes.
A situação se agrava pela ineficiência do Poder Público na coleta dos resíduos — apesar da Prefeitura de Cairu negar qualquer problema no serviço. De acordo com moradores ouvidos pelo Jornal da Metrópole, a ilha sofre desde o começo do ano com a interrupção do recolhimento dos resíduos recicláveis. “A gente separava e a Prefeitura fazia a coleta. Agora isso não acontece mais. Eles iam colocando em um galpão, mas até esse equipamento já está cheio. O lixo agora é jogado no mato e já está perto da vila”, relatou o empresário Luciano Rodrigues, morador do local.
Com a sujeira, moradores perceberam um aumento no número de moscas no local. A infestação do inseto começou, inclusive, a incomodar turistas, que movimentam a vida financeira da ilhar localizada no aquipélado de Tinharé.
“A gente acredita que seja esse acúmulo do lixo que atrai as moscas. O aumento aconteceu depois do Ano Novo e do Carnaval. Não sei se é coincidência. Os hóspedes reclamam muito disso”, apontou Rodrigues.
Nas redes sociais, o tema também já levanta polêmica. “Falta pouco para o lixo chegar na Vila de Boipeba. Sinto muito, mas é lamentável”, alerta Adriano Amâncio, que é nativo da área e atua como guia.
Para combater a poluição, parte da população já se mobiliza para ocupar a ausência do Poder Público. Oceanógrafa e coordenadora do projeto Lixo Extraordinário, Marta Smith Rormems diz que o grupo, durante a alta estação, chega a tirar 40 mil litros de lixo das praias e centro urbano.
“Prefeitura e nada aqui é a mesma coisa. Não querem fazer, não têm dinheiro para nada. Isso [o acúmulo de lixo fora do galpão] é recorrente. Vai chegando perto da comunidade e as pessoas ficam piradas, aí vem o trator que empurra o lixo e ninguém fala mais nada”, relata.
Prefeitura nega – Apesar das imagens do lixo amontoado em áreas de mata atlântica, a prefeitura de Cairu nega que tenha suspendido o recolhimento de material reciclável e garante que tudo transcorre dentro da normalidade.
“Está acontecendo normalmente a coleta de reciclados, assim como a convencional. O que pode ter ocorrido no período que foram tiradas as fotos é um aumento natural da produção dos resíduos, mas nada fora do controle e que venha afetar o meio ambiente”, garante.
Ainda de acordo com a gestão municipal, a proliferação de moscas nada tem a ver com os detritos, pois “é um fenômeno generalizado nas regiões praianas”.
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.