Arraias mortas na Marina do Bonfim: caso isolado ou ameaça ao meio ambiente?

Imagine o quão chocante pode ser a imagem de centenas de animais, com as cabeças arrancadas, na beira do mar. Essa foi a cena que chamou a atenção de quem passou pela Marina do Bonfim, em Salvador, na manhã desta quarta-feira (5). Centenas de arraias foram encontradas mortas, espalhadas pela areia e em águas rasas. Além da cena difícil de ser vista, moradores da região reclamam do forte odor causado pela decomposição dos animais.

Histórico de descartes irregulares

Não é a primeira vez que restos de animais marinhos aparecem no local. Pescadores relataram já ter encontrado outros peixes mortos na região, levantando questionamentos sobre práticas predatórias ou descartes irregulares. Para conter os impactos, a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) foi acionada e mobilizou uma equipe para recolher os animais e limpar a área.

Inema acompanha o caso

À reportagem do Metro1, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) informou que tomou conhecimento do descarte irregular por meio da imprensa e enviou uma equipe ao local junto à Limpurb para que a remoção dos animais seja feita. O Inema reforçou que a população pode denunciar crimes ambientais de forma anônima pelo telefone 0800-071-1400 ou pelo e-mail denuncia@inema.ba.gov.br. O órgão destacou que mantém fiscalização regular a partir das denúncias.

Crime ambiental e legislação

O descarte irregular de animais pode configurar crime ambiental, conforme previsto na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998). O artigo 32 da legislação proíbe práticas que resultem em “maus-tratos, ferimentos, mutilações ou morte de animais”, prevendo pena de detenção de três meses a um ano, além de multa. O caso das arraias na Marina do Bonfim levanta preocupações sobre possíveis crimes ambientais que podem estar acontecendo de maneira recorrente, na espreita, incluindo práticas ilegais que impactam diretamente no ecossistema marinho.