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Polícia minimiza denúncias de advogado e diz que depoimento de suspeito de racismo no Atacadão já está agendado

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Polícia minimiza denúncias de advogado e diz que depoimento de suspeito de racismo no Atacadão já está agendado

Na manhã desta quinta-feira, Vitória Dimas e o filho foram ouvidos pela polícia sobre o suposto caso de racismo sofrido pelo menino no supermercad

Polícia minimiza denúncias de advogado e diz que depoimento de suspeito de racismo no Atacadão já está agendado

Foto: Divulgação

Por: Geovana Oliveira no dia 09 de dezembro de 2021 às 15:52

Após reclamações sobre a ausência da delegada nos depoimentos do suposto caso de racismo no Atacadão, em Cajazeiras, a Polícia Civil afirmou que as declarações das vítimas foram coletadas pela escrivão e subscritas pela titular da unidade, que acompanha o caso. 

Na manhã desta quinta-feira (9), Vitória Dimas, 22, e o filho foram ouvidos pela polícia sobre o suposto caso de racismo sofrido pelo menino no supermercado. A mãe do menino de 8 anos afirma que seu filho foi abordado por uma funcionária do estabelecimento, que, ao ver a criança com um pacote de macarrão instantâneo nas mãos, perguntou se ele ia pagar pelo produto ou se iria roubá-lo.

O advogado da vítima, Ivonei Ramos, no entanto, se queixou da conduta dos policiais envolvidos na coleta dos depoimentos. "A sensação que fica é que eles tratam o caso como se fosse uma besteira", disse. 

Ramos reclamou que a delegada não estava presente durante as oitivas, que as imagens das câmeras ainda não foram disponibilizadas para a polícia e que as declarações dadas pela mãe não puderam ser disponibilizadas para a defesa. 

Procurada pelo Metro1, a PC afirmou que as imagens das câmeras de segurança foram solicitadas na última quarta-feira (8), por meio de ofício direcionado ao Atacadão, supermercado do Grupo Carrefour. "O depoimento especial do garoto já foi realizado e a oitiva do suspeito também já está agendada", diz a organização em nota. 

O advogado, no entanto, não sabe quem é o suspeito. A denúncia envolve uma funcionária, ainda não identificada pela família e pela defesa. 

"Sobre a cópia das declarações, o advogado não apresentou uma procuração. O inquérito policial é um procedimento sigiloso, quando apura casos envolvendo crianças e adolescentes corre em segredo de Justiça, e o conteúdo não pode ser compartilhado sem a apresentação desse documento oficial", afirma a polícia.

OUTRO LADO

Procurado pela reportagem do Metro1, o Grupo Carrefour, empresa que administra o Atacadão, disse que "tomou conhecimento do caso" e iniciou "rigorosa apuração interna e está buscando contato com a cliente para qualquer tipo de suporte". A rede disse ainda que "reitera o seu compromisso com políticas sérias de diversidade e repudia veementemente qualquer tipo de discriminação".

O Grupo Carrefour esteve envolvido em um caso grave de racismo às vésperas do dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, em 2020. Foi em uma loja da rede, no Rio Grande do Sul, que João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos, foi espancado até a morte por seguranças da loja.