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Homem negro acusa seguranças da CCR Metrô de racismo durante abordagem; veja vídeo

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Homem negro acusa seguranças da CCR Metrô de racismo durante abordagem; veja vídeo

Jovem foi levado até a Central de Flagrantes, acusado de desacato

Homem negro acusa seguranças da CCR Metrô de racismo durante abordagem; veja vídeo

Foto: Reprodução

Por: Tailane Muniz no dia 17 de novembro de 2021 às 09:47

O racismo enraizado nos mais diversos âmbitos sociais é quem determina que uma pessoa tem "cara de bandido", analisa o faxineiro Caíque Vitor Paiva, 29 anos, ao acusar seguranças da CCR Metrô de agressão e injúria racial. Ele conta ao Metro1 que se dirigiu à Estação Rodoviária, na noite de terça-feira (16), e encontrou todas as máquinas de recarga do cartão de transportes inutilizadas. Ao questionar à funcionária qual seria a solução, acabou violentamente imobilizado pelos guardas. Parte da ação foi filmada [vídeo abaixo].

Por meio de nota enviada à reportagem, a CCR negou que os seguranças tenham cometido racismo e alegou que Caíque "colocou a integridade dos clientes em risco".

"A única coisa que fiz foi perguntar se alguém poderia me ajudar, ou se somos reféns de máquinas", lembra. A mulher, identificada apenas como Adriana, chamou Caíque de "duro", deduziu que ele não teria dinheiro para pagar R$ 4,10 pela passagem. "Nem me deixaram falar, já foram me segurando e me arrastando para fora dali. Um deles disse: 'Você sabe com quem está falando fora daqui?', para me intimidar". Vitor identificou um dos seguranças, igualmente negro, como Fagundes. 

Para Caíque, não tem outro nome: "É racismo. Ele te olha e designa. Diz onde você pode estar e o que você pode fazer". O jovem foi rendido e entregue a policiais militares, que o conduziram até a Central de Flagrantes - onde permaneceu por cerca de três horas, até a madrugada desta quarta-feira (17) -, sob acusações de desacato. "Os PMs também me hostilizaram", lembra.

Morador da comunidade do Sertanejo, na região da Rótula do Abacaxi, Vitor estava a caminho de casa. "Vou fazer o exame de corpo de delito, pois pretendo prestar queixa". O jovem, que está orientado por dois advogados, assegura que vai levar o caso adiante. Alguém que exerce o papel de líder na comunidade, diz ele, não pode deixar uma situação como esta passar batida.