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Ilê Aiyê lamenta morte de ex-integrante e critica violência policial no Curuzu

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Ilê Aiyê lamenta morte de ex-integrante e critica violência policial no Curuzu

Bloco se refere ao assassinato de duas mulheres, baleadas na porta de casa, e cobra que governador da Bahia determine "rigorosa apuração da tragédia"

Ilê Aiyê lamenta morte de ex-integrante e critica violência policial no Curuzu

Foto: Reprodução/Google Street View

Por: Adele Robichez no dia 08 de junho de 2021 às 09:49

Após a morte de duas mulheres baleadas na porta de casa, na noite da última sexta-feira (4), no bairro do Curuzu, o Bloco Ilê Aiyê lamentou a tragédia e criticou a violência policial que atinge o bairro de Salvador. Segundo a nota, uma das vítimas acompanha o grupo desde a sua infância e a outra foi ex-aluna da Band Erê.

“É com bastante pesar que recebemos a notícia do falecimento de Maria Célia Santana, carinhosamente conhecida por todos como Morena, uma parceira da nossa comunidade e que acompanhou nossa trajetória desde a sua infância. Morena faleceu aos 69 anos, juntamente com a nossa ex-aluna da Band Erê, Viviane Soares, na noite da última sexta-feira, dia 4, no Curuzu”, diz o comunicado do Ilê Aiyê, publicado nas redes sociais neste domingo (6).

O bloco afro do carnaval da capital baiana, fundado em 1974 por moradores do bairro do Curuzu, cobrou que o governador da Bahia, Rui Costa (PT), determine a investigação do caso. “Gostaríamos de enfatizar o posicionamento histórico do Ilê Aiyê, que tem um compromisso na defesa dos direitos humanos do nosso estado e do Brasil. O nosso governador Rui Costa certamente não aprova esses métodos e certamente determinará uma rigorosa apuração dessa tragédia”, reforça a mensagem.

A legenda da publicação completa pedindo o fim da violência policial no Curuzu. "Esse comportamento policial nos nossos bairros precisa acabar. Queremos poder conversar com os nossos vizinhos em nossas portas, sem ter que morrer por isso", escreve Ilê Aiyê. E finaliza o recado se solidarizando com a família das mulheres assassinadas e convida a população a refletir sobre a situação. “Para os familiares das vítimas e amigos, apresentamos nossa solidariedade e conforto possível nessa trágica situação e afirmamos que elas estarão vivas dentro de cada gesto ancestrais (sic) que compartilhou (sic) conosco. O momento é de extrema reflexão”, conclui o bloco.

Segundo testemunhas do crime, Maria Célia de Santana, de 69 anos, e Viviane Soares, de 36, foram atingidas por tiros disparados por policiais militares, durante perseguição a um suspeito que estava em um carro. Elas foram socorridas para o Hospital Geral Ernesto Simões Filho (HGESF), mas não resistiram. Viviane deixou um filho de 10 anos.