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Shopping da Gente chega a atraso de 21 meses e deixa empreendedores na mão

Dois anos e meio atrás, a promessa de um empreendimento que abrigaria diversos lojistas em um dos pontos mais cobiçados da cidade — a Avenida Antônio Carlos Magalhães — chamou a atenção de empreendedores de toda [Leia mais...]

Shopping da Gente chega a atraso de 21 meses e deixa empreendedores na mão

Foto: Tácio Moreira/Metropress

Por: Bárbara Silveira no dia 09 de janeiro de 2016 às 08:25

Dois anos e meio atrás, a promessa de um empreendimento que abrigaria diversos lojistas em um dos pontos mais cobiçados da cidade — a Avenida Antônio Carlos Magalhães — chamou a atenção de empreendedores de toda a Bahia. Com inauguração prevista para maio de 2014, o Shopping da Gente funcionaria como centro popular de compras com 370 boxes comercializados por valores entre R$ 12,6 mil a R$ 110 mil.

Porém, a oportunidade que parecia ser imperdível e fez com que dezenas de pessoas vendessem seus bens ou saíssem do interior do estado com destino a Salvador se tornou um grande pesadelo. “Já vai fazer dois anos em maio desse ano [o atraso na entrega] e soma muitos prejuízos não só para mim, mas para todos os lojistas. Eu tive que me desfazer do meu carro para poder adquirir o imóvel e até hoje estou sem veículo por isso. E há outras pessoas que saíram também do interior, que vieram para trabalhar, outras que pegaram empréstimo em bancos. O prejuízo é muito grande para todos”, lamenta o líder da associação dos lojistas do Shopping da Gente, Yan Barros.

Após ser descumprido o primeiro prazo, segundo os lojistas, a data de entrega do empreendimento foi remarcada outras quatro vezes, sempre com uma desculpa diferente para tanta morosidade. 

“Fomos ludibriados” 
De acordo com Yan, sempre que procuravam o responsável pelo empreendimento, Carlos Piñon Filho, para uma explicação para a demora no processo, os lojistas eram ludibriados pelo empresário.  “E o pior ainda é que o dono sempre vem tentando nos ludibriar, enganar, falando que ‘mês que vem’ vai abrir, que só falta sair o habite-se, e essa história vem desde janeiro de 2015. Ele falou em novembro: ‘Yan, pode comprar tudo que você quiser que em dezembro vai abrir’. Eu falei: ‘Carlos, eu vou viajar para São Paulo, posso comprar?’. Ele disse que poderia, que era para comprar tudo. Se eu tivesse viajado, até hoje eu estaria com o meu material, não teria vendido e teria tomado mais prejuízo”, reclama o lojista.

Empresário rebate denúncias e culpa Coelba
Procurado pela Metrópole, o empresário Carlos Piñon Filho tentou justificar tanta morosidade. Sobre o atraso de quase dois anos, Piñon preferiu culpar a Coelba. “Estou com uma obra 100% pronta. Dependemos da Coelba para colocar um poste de energia, não depende mais de nós. Nós estamos esperando há 45 dias a Coelba colocar o poste”, disse, ignorando os outros quase 20 meses de atraso. 

A Coelba afirmou que fez a vistoria no dia 29 de dezembro, 25 dias após o pedido de inspeção do Shopping da Gente. A empresa informou ainda que vai executar a ligação elétrica na quarta (13), “desde que toda a parte técnica de responsabilidade do cliente esteja pronta”.

Novo prazo? Fim do mês
Após quatro prazos descumpridos, segundo Piñon, os lojistas estarão trabalhando ainda neste mês de janeiro. “Nós estamos mandando uma carta para eles hoje e, automaticamente, será agendada uma data para a entrega. Eles vão receber a carta e o email e vão marcar a data para virem aqui receber as lojas deles”, prometeu, mais uma vez. 
Como forma de “compensação”, segundo o empresário, os comerciantes terão um desconto de 50% no aluguel dos espaços. “Fizemos um reunião com eles e decidimos que, em compensação pelo atraso, nós daremos a eles no primeiro ano 50% de desconto no valor do aluguel”, afirma. Até o fechamento dessa matéria, nenhum lojista havia recebido os tais emails de agendamento.

Lojistas protestam
Dezenas de lojistas realizaram na tarde da última sexta-feira (08) um protesto contra o impasse. Com o impasse, comerciantes que compraram espaços no local continuam sem nenhuma perspectiva e no prejuízo. Segundo o líder da associação dos lojistas do Shopping da Gente, Yan Barros, o dono do empreendimento tem sempre uma desculpa para o atraso.