Cidade
Violonista Marcel Powell, filho do grande Baden Powell, conversa sobre música e carreira no JC
"Seja qual for a comparação, meu pai está sempre anos luz na frente, não só na minha, como na de muita gente", afirmou
Foto: Reprodução/Youtube
Quem não lembra de um dos maiores músicos que o violão mundial já conheceu, o compositor e instrumentista Baden Powell? Nesta sexta-feira, o Jornal da Cidade recebeu seu filho, o também violonista Marcel Powell, para uma conversa sobre música, carreira e, claro, Baden. "Seja qual for a comparação, meu pai está sempre anos luz na frente, não só na minha frente, como na frente de muita gente. Ele foi um gênio e continua sendo, e acho que não é demérito você estar atrás de um", disse.
Marcel, que se apresenta amanhã no Festival Digital Internacional de violão, contou sobre seu contato com a música, que começou bem cedo, inclusive profissionalmente, aos nove anos. Filho de quem é, tinha a casa sempre ocupada por muitas reuniões musicais para qualquer evento comemorativo, mas o interesse em começar a estudar violão veio dele mesmo.
"Eu fui criado e fui crescendo nesse meio, obviamente que isso teve uma influência, teve uma importância para que eu pudesse decidir pela música naquela época, mas é uma decisão que partiu principalmente de mim. Em dado momento, fui a meu pai pedir aula de violão, pedir aula de música. Ele viu que o interesse era sério e assumiu essa questão até os meus 18 anos, quando morreu. Estudei com meu pai dos 9 aos 18 anos, uma universidade de violão brasileiro em casa. Um privilégio desse é absolutamente impagável, eu fui e sou privilegiado de aprender o meu oficio, que se tornou minha profissão".
O violonista tem 38 anos e vive de música desde os 9, seu primeiro primeiro disco veio logo depois de começar a tocar, com o pai. Mas sobre as possíveis comparações, não vê problema: "Eu era completamente ignorante a isso, a minha mente era completamente voltada a aprender o ofício, além de ter consciência que estava diante de um gênio, isso desde criança", conta. "Eu só fui ter conhecimento disso quando meu pai faleceu. Só que minha postura continua a mesma. Eu continuo muito voltado a aprender porque música não tem uma linha de chegada".
Marcel fez ainda um aceno à Bahia e aos baianos: eu já toco na Bahia há bastante tempo. Lembro de uma apresentação memorável que fiz com meu pai em 1997 em Salvador, lá no Pelourinho, uma apresentação incrível, uma energia incrível, num projeto chamado Pelourinho dia e noite". E para quem quer ouvir um pouco mais de Baden com um toque de Bahia, tem um disco duo de Marcel com o bandolinista baiano Armandinho Macedo, lançado no final do ano passado, no qual interpretam sua obra ao vivo em Salvador.
Para assistir a apresentação de Marcel, amanhã às 22h, e conferir ainda outros grandes violonistas que se apresentam a partir de hoje no Festival Digital Internacional de Violão, você pode acessar o link pelo canal do youtube do festival e também pelo da TV UESB.
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