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Cientistas temem apagão após cancelamento de projetos feito pelo governo
Levantamento feito pelo Metro1 aponta que, na Universidade Federal da Bahia (Ufba), foram retiradas 72 bolsas de estudantes de mestrados e doutorado e 10 de pós-doutorado
Foto: Divulgação/UFBA
Cientistas e pesquisadores relataram preocupação com o contingenciamento de verbas nas universidades brasileiras promovido pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) nesta semana. Segundo especialistas ouvidos pelo jornal Folha de S. Paulo, o cenário negativo só se compara ao que havia nos tempos de hiperinflação dos anos 1980 e 1990. "São muitas histórias ruins. Voltaram problemas que só aconteciam na época da inflação, como cancelar projeto aprovado ou em andamento. No caso de um dos meus, deixaram de pagar um terço da verba vinda do CNPq", conta Fabrício Santos, um dos principais geneticistas do país e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Projetos sobre o impacto dos desastres de Mariana e Brumadinho na fauna do rio Doce, por exemplo, foram paralisados na universidade. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, é uma das grandes fontes de financiamento federal à pesquisa no Brasil. A outra é a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ligada ao Ministério da Educação.
Somente em instituições baianas, dezenas foram bloqueadas. Um levantamento feito pelo Metro1 aponta que, na Universidade Federal da Bahia (Ufba), principal do Estado, de acordo com o pró-reitor de ensino de pós-graduação da instituição, Olival Freire, foram retiradas 72 bolsas de estudantes de mestrados e doutorado e 10 de pós-doutorado, o que corresponde a um percentual de 5% do total de 1.570 bolsas existentes.
Mesmo com um número aparentemente pequeno, a Ufba ressaltou que a quantidade cortada "não é um valor desprezível, pois os bolsistas são fundamentais para o andamento das pesquisas".
Os cortes também chegaram à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), que sofreu interrupção no pagamento a sete bolsas, sendo quatro de mestrado, duas de doutorado e 1 de pós-doutorado.
Já nas outras duas universidades instaladas na Bahia, a Federal do Sul da Bahia (UFSB), cujos programas de pós-graduação têm oito bolsas (quatro de mestrado e quatro de doutorado), e na Federal do Oeste Baiano (UFOB), que tem 17 bolsas de mestrado, não houve cortes.
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