
Brasil
Decisão do CFM sobre terapias para jovens trans é criticada entidades médicas
Proibição de hormonização em menores de 18 anos é vista como retrocesso

Foto: Divulgação/CFM
Entidades médicas criticaram a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proíbe terapias hormonais para adolescentes trans com menos de 18 anos. Segundo especialistas, adiar o início do tratamento, sem base científica, pode provocar impactos emocionais e psiquiátricos relevantes.
De acordo com a nota, o veto pode estimular a automedicação, prática comum entre pessoas trans devido à dificuldade histórica de acesso a cuidados médicos. As instituições alertam que a maioria reconhece sua identidade de gênero na infância ou adolescência, o que reforça a necessidade de acolhimento especializado. Ressaltam ainda que essas pessoas vivem em situação de vulnerabilidade.
As organizações destacam que a hormonização, após avaliação com equipe multidisciplinar, melhora a qualidade de vida e reduz problemas como ansiedade, depressão e isolamento social. Elas também rebatem o argumento do CFM sobre ausência de evidências, citando pesquisas que apontam baixo arrependimento e melhora no bem-estar. As entidades reforçam a importância de manter os estudos sobre o tema e lembram que diretrizes internacionais autorizam o início da hormonização a partir dos 16 anos, com consentimento dos responsáveis.
Assinam o documento a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), pela Associação Brasileira de Estudos em Medicina e Saúde Sexual (Abemss), pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e pela Associação Brasileira de Obstetrícia e Ginecologia da Infância e Adolescência (Sogia-BR).
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