Brasil
Desabamento da ponte que liga TO e MA deixa mortos e expõe irregularidades em contrato de manutenção
Empresa responsável pela manutenção da ponte recebeu milhões do governo federal e atualmente está proibida de celebrar contratos
Foto: Divulgação/Felipe Brasil/ Ministério dos Transportes
O desabamento da ponte Juscelino Kubitscheck, que liga Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA), deixou oito mortos e nove desaparecidos, segundo o Corpo de Bombeiros do Tocantins. A estrutura, que caiu no último domingo (22/12), era alvo de um contrato de manutenção de R$ 3,6 milhões firmado com a Matera Engenharia. A empresa foi sancionada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em 29 de novembro, impedindo-a de celebrar novos contratos com a União até janeiro de 2025, devido a irregularidades em contratos anteriores.
A Matera Engenharia já recebeu R$ 140 milhões do governo federal, dentro de contratos que totalizam R$ 276 milhões. Parte dos repasses ocorreu por meio de emendas parlamentares, incluindo o chamado orçamento secreto, o que atraiu a atenção do STF e da Polícia Federal. O Ministério dos Transportes detalhou que o contrato para manutenção da ponte incluiu limpeza, reparos estruturais e outras intervenções, mas a tragédia expôs falhas no gerenciamento e execução dessas obras.
Após o acidente, o ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou a liberação de R$ 100 a R$ 150 milhões para a reconstrução da ponte, com conclusão prevista para 2025. A tragédia evidenciou a necessidade de maior fiscalização sobre contratos de infraestrutura, especialmente os realizados por meio de repasses públicos e emendas parlamentares.
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