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Brasil
Polícia Civil conclui que não houve racismo em abordagem a filhos de diplomatas
Delegada afirma que câmeras corporais corroboraram relato de PMs, segundo o qual a abordagem ocorreu após relato de assaltos
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Foto: Reprodução/Redes Sociais
A Polícia Civil concluiu não ter ocorrido racismo na abordagem a quatro adolescentes, dos quais três negros, feita por policiais militares armados em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro. O caso ocorreu no mês passado e envolveu filhos dos embaixadores do Gabão e de Burkina Fasso e de um diplomata do Canadá.
O quarto adolescente era um brasileiro branco. A advogada Raquel Fuzaro, que representa os três adolescentes negros, criticou a conclusão da polícia. Para os investigadores, não houve “o crime de injúria racial, modalidade típica do crime de racismo ou do próprio crime de racismo” praticado pelos dois agentes. O caso agora foi encaminhado para o Ministério Público.
No relatório final da Polícia Civil, a delegada Danielle Bulus Araújo diz que “nos depoimentos dos quatro menores abordados não foi relatado o uso de palavras ofensivas, xingamentos, palavras com cunho racial, palavras discriminatórias ou humilhante por parte dos PMs”. A advogada Raquel Fuzaro, que representa os três adolescentes negros, criticou a conclusão da polícia.
A advogada que representa a família diz ainda que a "câmera interna do prédio registrou o momento da abordagem dos policiais junto aos adolescentes e mostra que o menino branco não foi alvo da ação violenta, podendo ingressar no prédio sem ser interpelado". Após a divulgação do relatório, a mãe de um dos adolescentes argumentou que "o racismo vai muito além de proferir palavras racistas" e afirmou, por exemplo, que os adolescentes foram orientados a não sair mais após a revista, porque poderiam ser alvos de nova abordagem. Também afirma que seguirá com o processo até a última instância.
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