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Após eleição polarizada, CFM elege candidatos "antiLula", contra aborto, a favor da cloroquina e do 8/1

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Após eleição polarizada, CFM elege candidatos "antiLula", contra aborto, a favor da cloroquina e do 8/1

Entre os eleitos, está Raphael Câmara, nome por trás da resolução do conselho que proibiu a assistolia fetal, que é o procedimento usado no aborto legal a partir da 22ª semana de gravidez)

Após eleição polarizada, CFM elege candidatos "antiLula", contra aborto, a favor da cloroquina e do 8/1

Foto: Divulgação/CFM

Por: Metro1 no dia 08 de agosto de 2024 às 10:46

A eleição do Conselho Federal de Medicina (CFM) chegou ao fim nesta quarta-feira (7) e levou ao cargos de conselheiros titulares e suplentes nomes controversos, com um históricos ligados a celebrações ao 8 de Janeiro, a medidas contra o aborto legal e ainda campanhas com bandeira “AntiLula”.

O processo até a eleição foi marcado por uma intensa polarização. Grupos de médicos recebiam nas redes sociais e até por SMS propagandas de chapas com frases como “Não deixaremos Lula e Padilha tomar o CFM”, “essa é a única chapa de direita”, “chapa antiLula, antiesquerda”. Parlamentares bolsonaristas chegaram a entrar em ação para emplacar seus candidatos no conselho. Do outro lado, médicos progressistas e em defesa da ciência também se mobilizaram.

No Rio de Janeiro
Mas entre os eleitos, está, por exemplo, Raphael Câmara, reeleito para o conselho do Rio de Janeiro. Sua campanha foi pautada principalmente na campanha de “não deixar a esquerda tomar o CFM”. Ele é um dos responsáveis pela resolução do conselho que proibiu a assistolia fetal (procedimento usado no aborto legal a partir da 22ª semana de gravidez). A medida, no entanto, foi derrubada pelo ministro Alexandre de Moraes, que considerou que ela teria ido além das competências da autarquia.

No Distrito Federal
Rosylane Rocha, que já era uma das vice-presidentes do conselho, também foi eleita. Em seu histórico, ela traz comemorações nas redes sociais pelos ataques às sedes dos Três Poderes no 8 de Janeiro.

Em São Paulo
Francisco Cardoso Alves, da chapa Força Médica, também saiu vitorioso. Ele era apoiado pelo deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) e durante a pandemia aparecia em lives para defender tratamentos sem comprovação científica. Chapas da oposição chegaram a denunciar o assédio por envio de mensagens de celular com pedidos de votos para Cardoso, trazendo a frase "único candidato anti-Lula".