Brasil
Caso Samarco: Prefeito de Mariana reclama de exclusão de municípios em negociações da Vale
A prefeitura de Mariana estima que serão necessários R$ 20 bilhões para que a cidade se recupere totalmente dos impactos da tragédia
Foto: Agência Brasil/Antonio Cruz
O prefeito do município mineiro Mariana, Celso Cota (MDB), criticou a falta de participação das cidades afetadas pelo rompimento de uma barragem da empresa Samarco nas negociações da Vale com a União e os governos de Minas Gerais e Espírito Santo. Segundo o gestor, Mariana foi excluída das negociações mais recentes e deve ser diferenciada no acordo de reparação dos danos do desastre.
“Mariana é o epicentro do acontecimento; se toda a bacia do [rio] Doce foi impactada, imagina aqui na região onde tudo aconteceu. A Samarco só existe porque ela minera no território de Mariana, a barragem é aqui em Mariana, as comunidades que foram 100% devastadas são de Mariana, a economia que foi impactada de forma imediata é a de Mariana e a cidade que continuou sendo impactada socialmente, de forma mais contundente, foi Mariana”, disse o prefeito em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
A prefeitura de Mariana estima que serão necessários R$ 20 bilhões para que a cidade se recupere totalmente dos impactos da tragédia que aconteceu em 5 de novembro de 2015, levando toneladas de lama que chegaram a engolis um dos distritos da cidade, Bento Rodrigues. A barragem rompida era da empresa Samarco, pertencente à Vale e à britânica BHP Billiton.
A prefeitura prevê ainda que será necessário, além dos R$ 20 bilhões, US$ 7,5 bilhões (ou R$ 41,6 bilhões) para criar um ambiente de diversidade econômica na cidade. Atualmente, 80% da receita no município ainda é atrelada à mineração. O município espera receber cerca de R$ 3 bilhões do acordo. O valor, no entanto, é muito superior ao que inicialmente é especulado nas conversas.
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