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CGU diz que gastos do Painel de Compras não refletem 'realidade'

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CGU diz que gastos do Painel de Compras não refletem 'realidade'

Informação vem quatro dias depois da repercussão nacional das despesas do Executivo federal

CGU diz que gastos do Painel de Compras não refletem 'realidade'

Foto: Reprodução / Twitter

Por: Metro1 no dia 29 de janeiro de 2021 às 10:00

O ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Wagner Rosário, disse ontem (28) que os números apresentados pelo Painel de Compras, ferramenta de transparência do Ministério da Economia, não refletem a realidade do volume de compras de cada produto ou serviço.

A declaração foi dada no programa Opinião no Ar, da RedeTV, quatro dias após uma matéria do portal Metrópoles com esses números ganhar repercussão nacional.

"A repórter [do Metrópoles] buscou os valores pagos em todos os itens. Se eu tinha R$ 100 [sic] de leite condensado, R$ 1 mil de arroz e R$ 1 mil de feijão, daria R$ 2,2 mil. Ela buscava, vinha R$ 2,2 mil de feijão, R$ 2,2 mil de leite condensado e R$ 2,2 mil de arroz. Os itens não estão especificados", disse.

No exemplo dado pelo ministro, o valor do leite condensado teria de ser de R$ 200 para que, com os R$ 1 mil de arroz e outros R$ 1 mil de feijão, o total desse R$ 2,2 mil. Até quarta (27) à noite, essa informação não constava no Portal de Compras. Quem adicionava filtros para, por exemplo "ano pago 2020", "Executivo" e "leite condensado", encontrava um número abaixo do "valor empenhado" (no caso, R$ 30.834.742,75) e outro abaixo do "valor pago" (R$ 20.202.484,42).

Agora, o Portal mostra um asterisco, dizendo: "O valor apresentado refere-se ao somatório do valor total pago dos contratos que contém o item selecionado".

A CGU ainda afirma que nem o governo sabe, na verdade, quanto é gasto com cada item. "Hoje não conseguimos fazer quanto pagamos, só quanto empenhamos. Pelo cruzamento que fizemos, ainda não está fechado, em vez de R$ 15 milhões, estamos perto de R$ 2,540 milhões que foram empenhados. Esse valor pode cair em termos de pagamento. Mas para se ter certeza teria que contar nota fiscal por nota fiscal, o que se torna quase impossível", disse o ministro.