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Andifes questiona nomeação de terceiro colocado para reitor da UFRB

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Andifes questiona nomeação de terceiro colocado para reitor da UFRB

Para entidade, decisão 'desqualifica' a comunidade universitária, atentando contra a "autonomia" das instituições de ensino

Andifes questiona nomeação de terceiro colocado para reitor da UFRB

Foto: Divulgação

Por: Juliana Almirante no dia 02 de agosto de 2019 às 11:40

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes) emitiu uma nota, na manhã de hoje (2), em que defende que devem ser escolhidos pela Presidência da República como reitores e reitoras os eleitos em primeiro lugar pela comunidade acadêmica de cada instituição. 

"Não respeitar a indicação de um primeiro lugar não é simplesmente fazer um juízo contrário à qualidade administrativa ou às posições políticas de um candidato ou candidata, mas, sim, de modo bastante grave, desqualificar a comunidade universitária e, também, desrespeitar a própria sociedade brasileira, atentando contra o princípio constitucional que preza a autonomia das universidades públicas", afirma o comunicado.

O presidente da entidade e também reitor da Ufba, João Carlos Salles, diz que a nota é a mesma que foi divulgada pela entidade em janeiro. 

O comunicado foi reiterado após o presidente Jair Bolsonaro ter nomeado o terceiro nome da lista tríplice, professor Fábio Josué Souza dos Santos, como reitor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). 

Confira o comunicado a Andifes na íntegra:

"A democracia não é um simples meio, mas um valor universal. Como método mais legítimo de expressão da vontade coletiva, não pode ser descartada, necessitando, sim, ser sempre aprimorada. A democracia exige permanente aperfeiçoamento e constante reafirmação, de modo que as decisões sejam tomadas com plenitude de condições, transparência, dados verdadeiros e debate autêntico que permitam, enfim, a decisão autônoma e soberana das comunidades concernidas. E é importante que isso seja reafirmado, por mais que possamos estar insatisfeitos com quaisquer resultados eleitorais, e por mais que devamos sempre enfrentar as decisões de quantos, uma vez eleitos, ajam contra os princípios da democracia.
 
Nos próximos quatro anos, todas as universidades federais vivenciarão a renovação ou mudança de seus gestores. É essencial, então, afirmar publicamente a importância de serem conduzidos ao cargo de reitor ou reitora aqueles docentes autonomamente indicados no primeiro lugar pelo colégio eleitoral de suas respectivas universidades, sendo garantido assim um elemento definidor da democracia, que é o respeito à vontade da maioria. Nos marcos da legislação atual, o envio de uma lista pela instituição deve ser respeitado. Entretanto, não podemos deixar de defender a indicação de quem teve mais votos no colégio eleitoral. A indicação do primeiro colocado deve, pois, ser respeitada, por um lado, como um valor da democracia e, por outro, em respeito à autonomia de cada instituição.
 
Devemos, portanto, garantir o reconhecimento da expressão legítima da vontade da instituição, também com o claro benefício político e administrativo de que, dessa maneira, contribuiremos para a agregação interna de uma comunidade voltada à realização de ensino, pesquisa e extensão de qualidade. Não respeitar a indicação de um primeiro lugar não é simplesmente fazer um juízo contrário à qualidade administrativa ou às posições políticas de um candidato ou candidata, mas, sim, de modo bastante grave, desqualificar a comunidade universitária e, também, desrespeitar a própria sociedade brasileira, atentando contra o princípio constitucional que preza a autonomia das universidades públicas

Brasília, 23 de janeiro de 2019"