Bahia
Justiça decreta prisão de PM que matou jovem em Salvador
O policial atirou ao menos 12 vezes contra os jovens que estavam deitados em via pública no Alto de Ondina
Foto: Reprodução/TV Bahia
A Justiça da Bahia decretou na última sexta-feira (6) a prisão preventiva (sem prazo) do policial militar Marlon da Silva Oliveira, suspeito de matar um adolescente e atirar contra um jovem, em Salvador. Segundo a Polícia Civil, ele é considerado foragido após não ter sido localizado em três endereços.
O PM prestou depoimento na 1ª Delegacia de Homicídios de Salvador na última segunda-feira (2), quando alegou aos investigadores que agiu em legítima defesa.
Ainda conforme a Polícia Civil, como não houve flagrante e o suspeito se apresentou espontaneamente, o policial foi ouvido e liberado. A corporação informa que a prisão preventiva foi solicitada à Justiça ainda na segunda-feira, mas o pedido não foi considerado urgente pelo plantão judiciário, sendo aceito na sexta-feira.
Relembre o caso
O crime ocorreu na madrugada do último domingo (1º), no bairro do Alto de Ondina. As imagens gravadas por uma testemunha e divulgadas pela imprensa local apontam que o policial rendeu e revistou ambos os adolescentes que estavam em uma moto.
Gabriel Santos Costa, 17, e um jovem de 19 anos aparecem rendidos no chão, de bruços e com as mãos na cabeça quando são atingidos pelos disparos do revólver. Na sequência, o policial deixa o local em um carro banco.
O policial atirou ao menos 12 vezes contra os jovens que estavam deitados em via pública. Gabriel morreu no local. O outro jovem foi encaminhado em estado grave para o Hospital Geral do Estado, onde segue internado.
Os advogados da família de Gabriel, Pedro Fernandes e Dielson Monteiro, classificam o crime como uma execução: “Foi um crime brutal, os meninos estavam rendidos. Não há o que se falar em legítima defesa. Ele escolheu matar”, disse Fernandes.
A Polícia Militar defende que “não compactua com qualquer conduta que desvie dos princípios éticos e legais que regem o serviço policial" e destacou que colabora com as investigações. A PM também instaurou um processo administrativo disciplinar para investigar o caso.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública da Bahia, a Polícia Civil adotou todas as medidas investigativas para esclarecer a motivação e dinâmica do crime. Os investigadores ouviram testemunhas e também analisam imagens capturadas por câmeras de videomonitoramento da região para auxiliar na conclusão do inquérito.
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